A entrevista com Nadja Baia, publicada hoje no CadaMinuto, é a quarta da série de matéria com os candidatos à Prefeitura de Maceió. Concorrendo pelo PPS, Nadja, que é defensora pública no estado da Paraíba, afirma ter chances iguais de vencer as eleições quando comparadas com seus adversários nas urnas.
“Promover dignidade para Maceió” é o principal projeto de Nadja, se eleita prefeita da capital alagoana.
CadaMinuto - Porque seria uma boa prefeita para Maceió?
Nadja Baia - Sou indignada com esta realidade perversa da cidade de Maceió e durante minha vida, por força da profissão que abracei, convivo com os dramas cotidianos dos seres humanos que procuram assistência jurídica e posso afirmar que esta situação toda está montada em uma total falta de acolhimento das pessoas. Estou determinada nesta decisão e motivada pela escolha unânime do meu partido, quando fez a indicação do meu nome para Prefeita no congresso municipal do PPS. Como mulher, mãe e defensora pública estou consciente da necessidade de uma mulher prefeita, que conhece do drama maior desta cidade e o sofrimento dos pobres. Serei uma boa gestora por estar compromissada com a mudança e saber o caminho necessário para o desenvolvimento de Maceió
CM - Quem considera o seu principal adversário?
NB - A máquina dos interesses econômicos que privatiza o público com a deplorável opção pela política de resultados, com objetivos imediatistas e importância zero para as ideias e muito menos princípios. Afinal que glamour tem engarrafamentos, transporte público, postos de saúde, creches, corte de grama, podas de arvores, varrição, lixo? Para todo este patrimonialismo oculto resta-nos o voto, algo que eles ainda não tomaram de assalto.
CM - Como avalia suas reais chances de vencer as eleições?
NB - Imagine, tenho chances iguais aos demais candidatos, com um diferencial, estou indignada com esses políticos profissionais que só anseiam o poder, tiveram oportunidade de administrar e Maceió continua no desprezo total, sou mulher e a mudança.
CM - Acredita que a disputa para as eleições irá para o segundo turno?
NB - Com absoluta certeza posso afirmar que estarei no segundo turno, por onde ando identifico uma total indignação da população para com esses políticos que tiveram no poder e desprezaram o povo.
CM - Como avalia a gestão do atual prefeito de Maceió, Cícero Almeida?
NB - Maceió ostenta os piores indicadores sociais do país, para avaliar uma gestão, devo recorrer aos números existentes e os números não mentem, somos os piores na saúde, na educação, na falta de emprego, na segurança pública, na distribuição de renda, no empreendedorismo, no trânsito inviável e no desordenamento urbano, ao mesmo tempo, um gestor público que passa um péssimo exemplo para população por não respeitar o erário público, envolvido como taturana, chefiar a máfia do lixo e está hoje com seus bens indisponíveis pela justiça, portanto reprovo o atual prefeito.
CM - Se eleita, qual seu principal projeto para Maceió?
NB - Promover dignidade para Maceió. Superar essa crise que está refletida, sobretudo na falência dos serviços públicos, o que provoca falta de leitos, atendimento em hospitais e clínicas, mal funcionamento de escolas e baixíssimos desempenho escolar e baixar essas altas taxas de homicídios, assaltos e violência. Será o foco principal da minha administração.
CM -Como resolver o problema do transporte público em Maceió, uma das principais reclamações da população?
NB - Inicialmente, aplicando integralmente o dinheiro do Fundo Municipal de Transporte na educação do trânsito, na fiscalização que orienta, na pavimentação e sinalização de ruas e avenidas e na construção de viadutos que respeitem as normas da construção civil segura. Desmontar o monopólio e a influencia nefasta das empresas de transporte, criando novas linhas e licitação pública para novas empresas oferecendo menor tempo de espera para o usuário com a implatação do sistema temporizado, priorizando os usuários com maior dificuldade em embarque e desembarque, enfim, estabelecer dignidade no transporte de passageiros em Maceió.
CM - Como o novo prefeito de Maceió poderá ajudar o governo do estado a combater a criminalidade?
NB - Por meio da Secretaria Municipal Comunitária, Cidania e de Direitos Humanos, propor um plano de segurança público municipal com o policiamento integrado com a Polícia Militar, de forma que os recursos humanos do município e do estado, representados pela GCM (Guarda Civil Municipal) com a PM (Policia Militar ) possam dar uma melhor ostensividade ao policiamento. Somado a diversas iniciativas da própria prefeitura de modo que a soma dos recursos do município com o do estado (materiais e humanos), obedeçam a uma planejamento único sem retirar a autonomia administrativa dos entes públicos, proporcione uma maior proteção a comunidade maceioense. Enfim, desenvolverei um grande projeto de zeladoria urbana em Maceió.
CM - No campo da educação, a senhora tem algum projeto, como por exemplo, as escolas em tempo integral?
NB - Reduzir no período de quatro anos de governo pelo menos em 50% o número de crianças em idade escolar que estão fora da escola, garantido-lhes a qualidade dos serviços oferecidos. Vou elaborar e executar, para o período de quatro anos de governo, o projeto alfabetizando Maceió, para tornar Maceió a capital brasileira livre do analfabetismo.
CM - Já que as drogas são apontadas como o motivo principal dos índices de violência, a prefeitura pensa em investir em CAPS (Centros de Apoio Psico-Social) voltado para dependentes químicos?
NB - Acredito que o principal motivo dos altos índices de violência em nossa cidade é na verdade a omissão dos nossos gestores. Consequentemente, a droga não é a locomotiva da violência, ela é o vagão! A falta de aplicação dos recursos públicos na educação, a falta de incentivo à qualificação e empregabilidade dos nossos jovens e a pouca sensibilidade para os males da pobreza é que de fato concorrem para os altos índices de violência em nossa cidade.
Portanto, não basta apenas investir em CAPS com baixa estrutura funcional e operacional, carecemos também adotarmos medidas de saúde pública plena aos doentes da droga.