“Sportback” é o nome chique usado pela Audi para designar a variante quatro portas dos seus modelos com nomes terminados em número ímpar, consequentemente automóveis que fogem de propostas tradicionais. É o caso de A3, A5 e A7 – este último, um sedã executivo para jovens executivos, é a exceção, já que só oferece um estilo de carroceria. Ou seja: quem leva o sobrenome Sportback tem mais portas e mais estilo. O mesmo raciocínio vale para o sub-compacto A1. Ou quase.

Apresentado no último Salão de Tóquio, em dezembro, o A1 Sportback será vendido no Brasil a partir de setembro, por preços que serão definidos somente às vésperas de seu lançamento. Somar duas portas ao A1 é o que a Audi tem em mãos para intimidar o avanço do rival Mini Cooper – que desde sua chegada ao Brasil já ganhou uma série de versões e variações de carroceria. Nesse ano, são 1.078 emplacamentos do compacto inglês, ante 726 do alemão.

Ainda que não alcance o concorrente inglês, a versão Sportback fará com que o A1 se firme como carro mais vendido da Audi no mercado brasileiro, que neste ano destronou o sempre líder A4 – o sedã acumula 542 licenciamentos neste ano.

A1 x Sportback
A estreia da nova carroceria leva a um rearranjo das versões e embala uma interessante novidade sob o capô. As versões Attraction, tendo o carro duas ou quatro portas, serão equipadas com o já conhecido 1.4 TFSI e 122 cv e 20,3 kgfm de torque. Já os modelos Sport (2p) e Sportback Ambition trazem o mesmo propulsor, mas calibrado para render 185 cv e 25,5 kgfm de torque. Seja qual for a potência, o câmbio é o fantástico S-Tronic, automatizado de sete marchas e dupla embreagem.

Mais praticidade, menos estilo
Não chega a ser uma decepção – longe disso, é preciso ficar claro que o compacto agrada os olhos –, mas o A1 Sportback não faz tanto jus ao sobrenome quanto A3 e A5, que têm desenhos diferenciados nessa versão. Esteticamente, a novidade é apenas um A1 com mais duas portas – mantiveram-se as lanternas (que são distintas no A3 Sportback em relação ao A3, por exemplo). A impressão é que por pouco as quatro portas não ficaram amontoadas, apertadas num carro que, afinal, não chega a 4 metros de comprimento.

Não que o A1 Sportback tivesse a obrigação de ser diferente, mas a estirpe Sportback, nele, perde o sentido estético. Está mais para “back” do que para “Sport”.

Quanto ao fator prático, é evidente a superioridade do Sportback. Não mais do que justo para quatro pessoas – ainda mais se os que estão atrás forem adultos –, o A1 ganha muita facilidade no entra e sai. Lá atrás, o espaço é razoável para quem não passa de 1,80 m, assim como no modelo convencional.

A moral da história é que uma versão de quatro portas do A1 – planejada desde o início pela Audi, e não pensada posteriormente, o que poderia sugerir um improviso – é o caminho natural para uma ampliação de portfólio, ainda mais considerando o papel de carro-chefe do compacto para a montadora. Mas é uma pena que seu tamanho diminuto – justamente o que lhe dá graça, por estar associado ao termo “premium” – não permita que se repita o charme e a harmonia da versão duas portas.