O Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) divulgou detalhes, na tarde desta segunda (23), da atuação da quadrilha especializada em clonagem de cartões de créditos em Alagoas. O esquema, desbaratado com a Operação Clone, contava com a participação de empresários, porteiros de prédios e funcionários de estabelecimentos. Policiais Militares, agentes da Polícia Civil e policiais Força Nacional cumpriram 26 mandados de buscas e apreensão e prisão expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital.

De acordo com o promotor Alfredo Gaspar de Mendonça, a quadrilha atuava de quatro maneiras: a primeira era entrar em contato com sites nacionais e comprar dados de clientes no valor de R$ 100, cada; o segundo consistia na captura de dados onde o cliente pagava uma conta em uma determinada loja e antes que o cartão fosse debitado na máquina eletrônica da rede era inserido em outra máquina que capturava todos os dados; a terceira era o envolvimento de carteiros e porteiros de prédios e a quarta era atravéspor meio de vírus por computador.

Dezenove pessoas foram presas, sendo que 12 confessaram o crime, após a promotoria oferecer o benefício da delação premiada. “Hoje não é segurança comprar com cartões de crédito. Temos várias quadrilhas agindo em todo o estado dessa maneira e nós estamos investigando para combatê-las. A operação tem efeito preventivo de prisão e pedagógico para que outras pessoas que estejam nesse ramo”, afirmou Gaspar.

Durante a coletiva à imprensa, na sede do Ministério Público Estadual, as autoridades confirmaram a prisão de um guarda municipal e um candidato a vereador no interior do estado. Segundo Gaspar, após terem posse dos dados das vítimas a quadrilha entrava em contato com a operadora solicitando o aumento do limite do cartão, que poderia chegar até R$ 50 mil.

O Ministério Público afirmou que a operação, denominada de “Clone” terá uma segunda fase, com foco nos empresários. “Isso é apenas a ponta de iceberg”, garantiu Gaspar, acrescentando que as pessoas envolvidas no esquema são de classe média alta. Os nomes dos presos não foram divulgados. Além das prisões, os militares apreenderam 11 veículos de luxo, três Jet Ski, e mais três veículos que estão sendo procurados.

Policiais civis

O promotor explicou que a prisão dos agentes da Polícia Civil não está ligada diretamente à clonagem dos cartões. Gaspar esclareceu que um dos agentes foi preso por tentar vazar informações sobre a possível operação e o outro dava um “suporte jurídico” ao bando. Um é lotado no 6° Distrito Policial e o outro na Central de Polícia.

O promotor afirmou ainda que novas prisões de agentes públicos podem ocorrer durante a semana.

Líder:

A Polícia Civil de Alagoas divulgou, na tarde desta segunda-feira (23), o nome de um dos líderes do grupo preso durante a Operação Clone desencadeada pelo Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), do Ministério Público Estadual (MPE).

Edson Ferreira Teixeira, 41, conhecido como Nêgo Edson, foi conduzido à sede do MPE, pela equipe da Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (DRN). Ele foi preso em São Miguel dos Campos. Segundo o delegado Jobson Cabral, Edson é envolvido além de fraudes bancárias, com roubos a banco e veículos.

*com informações  da Ascom PC/AL