O CadaMinuto inicia hoje uma série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de Maceió. A publicação das matérias seguirá o critério de ordem alfabética dos nomes dos postulantes ao Executivo municipal. Os questionamentos feitos aos candidatos foram os mesmos. Eles responderam um questionário com 10 perguntas. O primeiro entrevistado é o candidato do PSol, Alexandre Fleming.
Mestre em História pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Fleming classifica como “muito boas” suas chances de vencer a eleição, que ele acredita ser decidida no segundo turno.
CadaMinuto - Porque seria um bom prefeito para Maceió?
Alexandre Fleming - Porque vejo Maceió em todas suas nuances, não só como uma capital dotada de recursos e capacidade de crescimento, mas com todas suas peculiaridades, o que passa pela estrutura e por aqueles que fazem a cidade - os maceioenses e os que escolheram viver aqui. Tenho respeito por Maceió e por seus habitantes, e justamente por isso quero mostrar que a cidade pode mudar e acolher a todos com políticas públicas de educação e saúde de qualidade e emprego para todos.
CM - Quem considera o seu principal adversário?
AF - A força do poder econômico, pois nos argumentos, propostas e intenções apenas quem representa o novo e a alternativa ao que se costumou chamar desdenhosamente de "mais do mesmo" é a nossa candidatura. Eles vão gastar milhões para se manterem no poder do mesmo jeito que sempre fizeram.
CM - Como avalia suas reais chances de vencer as eleições?
AF -Muito boas. Creio que existe um sentimento forte da sociedade maceioense que não tolera mais as mesmas caras, os mesmos sobrenomes e, acima de tudo, as mesmas práticas políticas.
CM - Acredita que a disputa para as eleições irá para o segundo turno?
AF - Sim, e acho importante que isso ocorra. No segundo turno, muitas máscaras caem e o joio voltará a compor com o trigo.
CM - Como avalia a gestão do atual prefeito de Maceió, Cícero Almeida?
AF - Apesar do apelo social que possui e do domínio sobre as massas, avalio insuficiente quanto à assistência social, assim como na geração de emprego e renda. Faltou transparência em algumas situações envolvendo o dinheiro público, como ficou evidente no escândalo do lixo, além do pouquíssimo diálogo com os setores da sociedade que mais necessitam da administração pública.
CM - Se eleito, qual seu principal projeto para Maceió?
AF - O incremento de ações ligadas ao emprego e renda, com qualificação profissional e investimento na qualidade da educação básica visando o trabalhador do futuro. Programas de incentivo ao primeiro emprego, bem como aos projetos sociais de proteção à criança e ao adolescente. Tudo isso aliado a políticas públicas de saúde básica e imediata de eficácia, com disseminação de postos de saúde e reciclagem dos profissionais que prestam serviço público.
CM - Como resolver o problema do transporte público em Maceió, uma das principais reclamações da população?
AF - A via que vemos como a mais eficaz atualmente é a regularização dos transportes alternativos, em paralelo seriam criados canais de diálogo com as empresas de transporte público viário para a cobrança de tarifa adequada aos serviços prestados e à qualidade da frota em circulação, assim como criaríamos os meios para viabilizar a modernização dos veículos. Em outra ponta retomaríamos o projeto do VLT, o qual acreditamos que se fosse levado mais a sério e com prioridade já estaria servindo à área mais problemática quanto ao trânsito e ao transporte em Maceió. Por fim, com todas essas medidas postas em prática, seriam criadas campanhas de conscientização e de incentivo ao uso do transporte público, que em nossa gestão terá tarifa justa ao conforto, à qualidade e ao atendimento.
CM - Como o novo prefeito de Maceió poderá ajudar o governo do estado a combater a criminalidade?
AF - Em princípio, seria necessário um estudo sobre o número de guardas municipais a nossa disposição, diante de tais levantamentos, caso haja sobressalentes, ainda que numa quantidade mínima, estudar a possibilidade de cedê-los, temporariamente, em auxílio aos Poderes e seus gabinetes, afinal, um dos maiores problemas de falta de policiamento na rua é a grande quantidade exercendo guarda patrimonial.
Ainda que tal iniciativa não seja possível, seja pelo viés da legalidade ou da indisponibilidade dos guardas municipais, a municipalidade poderá auxiliar no trabalho preventivo de combate à criminalidade. Levando a educação de qualidade ao ensino público, incentivando as atividades extracurriculares, bem como a dedicação à escola nos horários de lazer, o que passa pela reciclagem de professores e diretores, assim como na inserção de psicólogos e orientadores pedagógicos nas escolas públicas.
Nosso eixo de geração de emprego em renda será nossa maior arma contra a criminalidade, capacitando jovens e mostrando que há alternativas ao tráfico e consumo de drogas.
CM - No campo da educação, o senhor tem algum projeto, como por exemplo, as escolas em tempo integral?
AF - As escolas em tempo integral são ótimas vias e com certeza devem ser implantadas em Maceió, muito mais do que visando a ocupação desses alunos, mas a dissociação dessas crianças e adolescentes do crime. Para que tenha sucesso será necessária a criação de ainda mais vagas, e a capacitação dos profissionais envolvidos. No entanto, acreditamos que projetos na área de educação passam pela qualificação do profissional, a remuneração justa e, principalmente, o contato direto com os pais e os problemas familiares.
CM - Já que as drogas são apontadas como o motivo principal dos índices de violência, a prefeitura pensa em investir em CAPS (Centros de Apoio Psico-Social) voltado para dependentes químicos?
AF - Sim, essa é uma via, assim como assumir postura pró-ativa nesse combate junto aos educadores e viabilizando alternativas de subsistência aos nossos jovens. Políticas de reinserção social do dependente químico em tratamento, bem como campanhas de conscientização com maior impacto em todas as classes sociais. A Prefeitura deve agir como um problema de saúde pública que não vê barreiras, levando ações para as diversas vertentes: educação, saúde e convívio social.