“É preciso fazer a revisão do Plano Diretor”,afirma Crea

21/07/2012 03:42 - Maceió
Por Redação
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Mitos serão os desafios a ser enfrentados pelo próximo prefeito de Maceió. No setor de infraestrutura não será diferente. A cidade que focou por muitos anos esquecida e cresceu de forma irregular e sem planejamento nenhum agora sente as consequências.

E os problemas aparecem em todas as áreas, em todos os bairros e em todas as proporções. Falta de calçamento adequado para o deslocamento de pessoas portadoras de deficiência física ou visual, investimentos imobiliários sem respeitar as normas do setor de construção civil, enfim a cidade cresceu de forma inadequada.

Para tentar sanar e resolver alguns problemas na área de infraestrutura, “inicialmente o futuro gestor deve efetuar uma urgente Revisão do Plano Diretor e procurar ter um maior entrosamento entre as secretarias do Município e do Estado. A falta disto compromete a qualidade dos serviços, inclusive atraso na conclusão”, comenta o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea), Roosevelt Patriota.

Dentre os pontos considerados mais preocupantes e graves que atingem a cidade de Maceió, o presidente do Crea aponta “o sistema viário e de transportes, bem como a poluição do Vale do Reginaldo e as Línguas Negras lançadas no mar e os esgotos que deságuam na Lagoa Mundaú além de aumentar as áreas verdes, pois Maceió tem uma das menores coberturas do Brasil”.

Maior atenção

A realidade dos maceioenses que não moram nas áreas consideradas nobres ou que não fazem parte do corredor turístico é bem diferente dos cartões postais. “Nos dias de chuva as pessoas tem que sair de casa com um par de sapatos na bolsa. Todas as ruas ficam alagadas e as calçadas somem.

É um perigo e um risco. Não sabemos se vamos morrer caindo em um buraco ou de alguma doença, já que a água que fica na rua é podre e cheia de lixo”, disse a faxineira Josinette Cabral Santos Silva, moradora do bairro do Mutange.

O presidente do Crea defende que os bairros da Região Norte e da parte alta da cidade precisam de uma maior atenção. “Há carência de espaços de lazer para os jovens e os idosos, os terminais de ônibus são insuficientes, mal estruturados e desprotegidos. Outros bairros que também merecem atenção são Bebedouro, Levada e Ipioca”, observou Patriota.

A moradora do bairro do Jacintinho Rosangela Barbosa, afirma que “as calçadas do bairro cada vez ficam menores e as ruas tem cada vez mais carros. Os ambulantes ficam parados nas caçadas e as pessoas andam pelo meio da rua. Levar as crianças para a escola é um perigo. Precisamos andar pela rua. Os pedestres não tem espaço para andar, nem sinais de trânsito. É um risco que temos que enfrentar todos os dias para levar as crianças para a escola”, reclama a moradora.

Melhorias

“Foram pavimentadas mais de 1.500 ruas em apenas 7,5 anos de gestão. Todos os bairros sejam eles situados na área nobre, assim como aqueles que estão em regiões menos privilegiadas receberam ações de infraestrutura. O Clima Bom, Feitosa e a Serraria assim como a orla da capital receberam obras de recuperação e estão em plena atividade de urbanização”, afirmou o secretário municipal de infraestrutura, Daniel Eugênio.

Buscando dar maior mobilidade ao trânsito e desafogar as áreas mais densas “foram construídos viadutos e novas vias de acesso aos bairros de Cruz das Almas, Jacarecica, Guaxuma e Benedito Bentes unindo a parte alta à parte baixa da cidade. Com certeza o maior desafio do novo prefeito será dar continuidade às mudanças realizadas pela atual gestão”, revelou Daniel Eugênio.

Considerando o turismo uma atividade lucrativa para diversas pessoas de forma direta e indireta muitos foram os investimentos na orla da capital. “Com a reestruturação das áreas consideradas cartões postais, os ganhos são para todos uma vez que com o turismo há lucro para os donos dos hotéis, o vendedor de picolés, o taxista e todos aqueles setores ligados de forma direta ou indireta no receptivo”, afirmou o secretário.

Soluções
Apesar de muitas mudanças, nossa capital esteve esquecida pelos gestores. Uma maneira de tentar sanar e começar a redesenhar a cidade seria por meio de audiências públicas, pois “a população tem muito a contribuir, muitos detém experiências vividas que podem ser úteis. Precisamos de obras que venham a garantir a mobilidade urbana”, disse Patriota.

Sabe-se que com uma população de mais de um milhão de habitantes os desafios serão cada vez maiores. Encontrar espaços para acomodar as moradias, o transporte, o comércio e os serviços básicos de saúde, educação, coleta de lixo e tudo o que se faz necessário para aqueles que vivem em sociedade vão ficar mais difíceis de acomodar-se de forma harmônica e que venha a atender com qualidade e eficiência a todos.

É preciso repensar os espaços e logo se fazem necessárias algumas ações. “Em Maceió, inicialmente poderia ser feita a urbanização do Vale do Reginaldo, além da retirada das habitações que se encontram em locais de risco, e fazer a pavimentação e drenagem das ruas”, concluiu o Presidente do Crea/AL 

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