A decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de que os tribunais terão de divulgar os salários dos magistrados está gerando grande polêmica entre a classe. O CadaMinuto entrevistou o presidente da Associação Alagoana de Magistrados (Almagis), que ponderou sobre a decisão, mas confirmou que a decisão será cumprida.

De acordo com o presidente da Almagis, Pedro Ivens, a decisão claramente será cumprida, mas se trata de uma alta exposição da classe. “Nós somos a justiça e por isso vamos cumprir a decisão, mas se trata de uma situação que preocupa por vários motivos, tanto pessoal como profissional”, disse.

Apesar da polêmica que vem rendendo a decisão do CNJ, o magistrado vê duas situações distintas, que pode classificar como positivas e negativas. “A questão da segurança é uma coisa que nos preocupa. Apesar de salários parecidos, cada magistrado tem uma situação diferente, descontos diferentes, uma coisa pessoal, mas que de qualquer forma mostra um poder aquisitivo maior que o normal. Porém, tem o lado positivo, que desmistifica que os salários do judiciário são estratosféricos. Temos descontos como todo servidor”, afirmou.

A publicação que deve começar a ser feita na próxima semana, deve trazer os nomes dos magistrados, os cargos que ocupam, assim como o salário bruto, os descontos como imposto de renda, plano de saúde e Ipaseal, no caso de Alagoas.

Reforçando que a decisão é polêmica e preocupante, Pedro Ivens também refuta alguns preconceitos que são levantados sobre a classe. “Essa lei de acesso à informação foi considerada importante por muitos e realmente é, mas quando se fala sobre o judiciário a coisa toma outras proporções. O magistrado não tem o que esconder. As reclamações e ponderações são por outros motivos e não por segredos”, finalizou.

Atualmente, os salários do judiciário giram em torno de R$ 26.500 para um ministro do Superior Tribunal Federal (STF), 23 mil para um desembargador e 21 mil para juiz, sendo 12 mil para o juiz iniciante. Vale lembrar, que todos esses valores sem descontos.