A educação infantil em Maceió será um dos desafios que o novo prefeito irá enfrente para tentar minimizar a carência existente de creches municipais para a grande demanda. Dando continuidade à série “Desafios para o novo prefeito”, o CadaMinuto traz uma breve avaliação sobre a educação infantil discutidas pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Alagoas (Sinteal) e pela Secretaria de Educação do Município (Semed).

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Alagoas tem o menor índice de alfabetização, com 17, 8% das crianças de 10 anos de idade que não sabem ler, e Maceió é a capital com a maior proporção de crianças de 10 anos que não sabe ler e escrever com 11,6%.

Atualmente, a rede municipal conta com a distribuição de 133 unidades educacionais, sendo 18 creches para atender uma média de 50 mil alunos com a faixa etária de 0 a 3 anos. Para o Diretor Jurídico do Sinteal, Jailton Lira, a educação infantil é “o grande gargalho de hoje em Maceió”, uma vez que, a Secretaria de Educação do Município (Semed), ainda não conseguiu minimizar a carência de creches municipais.

Lira coloca que durante a gestão do prefeito Cícero Almeida a educação teve um grande avanço na mudança no seu quadro de professores com a realização do concurso público, que proporcionou a diminuição do número de servidores contratados, existentes nas salas de aulas, e a carência de merendeiras.

Se por um lado a qualificação dos professores foi um avanço, as estruturas das escolas deixam a desejar. Segundo o sindicalista, algumas unidades escolares funcionam em residências alugadas e não são adaptadas para o funcionamento. “Estão construindo escolas em um ritmo muito menor, do que o necessário para suprir toda essa demanda da rede municipal de Maceió”, afirmou do diretor do Sinteal, exemplificando alguns bairros como Jacintinho, Benedito Bentes, Bom Parto e Village Campestre, onde há uma concentração de carência de prédios escolares.

Porém, para o coordenador de Normas e Legislação da Semed, Álvaro Brandão, a educação é uma área que se trabalha a médio e longo prazo. Segundo ele, com base nos dados do IBGE, a Secretaria Municipal está realizando um mapeamento da capital para contabilizar a demanda. O projeto da Secretaria é transformar as escolas em Centros Educacionais para atender toda a educação infantil.

“Hoje não se fala mais em construir escolas, mas em construir salas de aulas. Há dois anos estamos realizando um diagnóstico da rede para ampliar e oferecer um ensino de qualidade. Temos uma projeção que até o 2020 teremos um crescimento de 45% na rede”, afirmou Brandão.

Sobre o aumento de número de escolas, as opiniões dos entrevistados se cruzam quando se discute uma nova demanda de funcionários para estas unidades. “A construção de novas escolas significa a contratação de mais professores, merendeiras e corpo administrativo. A Semed tem se preocupado com a contratação de funcionários para suprir essa demanda”, disse Lira.

Já Brandão coloca que o projeto da Secretaria não significa apenas a construção de mais uma sala de aula, mas adaptação daquela unidade. “Isso requer um número maior de corpo administrativo na escola, mais professores, merendeiras. Uma mudança na estrutura escolar”, assegurou.

O CadaMinuto também foi às ruas para ouvir os usuários da rede municipal. A servidora terceirizada, Sebastiana Maria de Oliveira fez uma comparação rápida e clara da educação oferecida pelo estado e o município. Mãe de duas filhas de 11 e 16 anos, Sebastiana faz parte do Programa de Educação de Jovens e Adultos, do Governo do Estado.

“A educação no município melhorou muito com relação à estadual. Minha filha de 11 anos conseguiu ler com poucos meses depois que transferi ela. Além disso, quando elas apresentam alguma dificuldade, recebem um acompanhamento de reforço na própria escola”, afirmou Sebastiana.

Segundo Sebastiana, o acompanhamento não se restringe apenas à sala de aula. “Na escola as minhas filhas ainda recebem assistência de psicólogos e assistentes sociais”, disse.