Desafios do novo Prefeito: O Trânsito insuportável de Maceió

19/07/2012 02:14 - Maceió
Por Redação
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Os candidatos a prefeito de Maceió nas eleições de outubro tem vários temas em comum para debater e apresentar propostas à população. Um dos assuntos que exigirá mais embasamento dos postulantes ao executivo municipal será a questão do trânsito na capital alagoana. Dando sequência à série de reportagens “Os desafios do novo prefeito de Maceió”,

O CadaMinuto mostra os problemas e as possíveis soluções para esta questão que tem levado “dor de cabeça” ao maceioense.

Facilidades no financiamento de veículos novos e usados, além da redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), tem proporcionado ao condutor alagoano a aquisição de seus carros. Na última pesquisa realizada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Alagoas teve um aumento de quase 20% na frota de veículos em relação ao ano passado, ficando inclusive, acima da média nacional. Sendo assim, com todos esses veículos nas ruas, seriam necessárias novas vias e que as antigas fossem ampliadas, o que não aconteceu a contento.

Diferente do crescimento da compra de carros, a capital alagoana não seguiu o ritmo no que se trata de opções para os condutores.

Com isso, o resultado mais provável para esse desnível é o acumulo de veículos e a formação dos famosos “gargalos” no trânsito, que ficam mais nítidos e insuportáveis nos horários de pico.

Começando pelo giratório da Polícia Federal no Tabuleiro do Martins, passando pela Avenida Fernandes Lima no Farol, Avenida Juca Sampaio no Barro Duro, Feirinha e Ladeirão do Óleo no Jacintinho, Centro da cidade e Bebedouro, são locais onde os condutores reclamam, se irritam e por muitas vezes perdem a cabeça, gerando confusões, agressões e até crimes por conta das brigas de trânsito.

Especialista

O CadaMinuto entrevistou o especialista e Mestre em Planejamento Urbano e Transportes na Universidade de Ottawa no Canadá, Alberto Rostand Lanverly, que classificou o trânsito de Maceió como extremamente complicado.

“Vejo o trânsito de Maceió equivalente ao de toda a cidade que cresceu sem planejar a sua expansão. Extremamente complicado, uma vez que na quase totalidade das incursões realizadas, as mesmas visam sanear problemas pontuais e momentâneos, esquecendo que qualquer modificação no sistema viário, faz com que os veículos que ali se apresentavam passem a influenciar outras ruas e avenidas, que imediatamente passam a sofrer o efeito, quase que “dominó” da nova realidade”, disse.

Reclamações de condutores é uma constante

Diante dos problemas no trânsito, os maiores prejudicados e principais interessados em melhorias são os condutores. Em conversa com motoristas de bairros de diferentes pontos da cidade, as reivindicações são praticamente as mesmas.

Acácio Silva Bernardes, 45, morador do Salvador Lyra, fala na demora para chegar a parte central da cidade, o que deveria ser mais fácil e ágil. “Imagine que eu chego quase 20h em casa, vou tomar um banho, comer, assistir um pouco e dormir. No outro dia preciso sair quase de madrugada, porque se deixou para sair mais tarde, chego atrasado demais ao trabalho. Qualquer dia desses eu perco o emprego por causa desse trânsito de Maceió”.

Ícaro Cerqueira, 27, que reside no Farol, reclama da falta de opções para sair do local onde mora. “Se eu tento descer pela Cambona é trânsito, se vou pela Fernandes Lima é trânsito, se for pela Ladeira da Moenda para pegar o Feitosa, pior ainda. Tem dias que antes de sair de casa fico pensando o que fazer, mas é complicado viu, não tem solução”.

José Pereira, 35, que mora no bairro da Ponta Verde, afirma que na parte baixa da cidade já é complicado e quando precisa fazer um maior deslocamento, principalmente para a parte alta, é um transtorno.

“Aqui embaixo antes era uma maravilha. Eu transitava com muita tranquilidade, mas de uns tempos para cá ficou ruim demais. Se eu tiver de subir para o Farol, Tabuleiro, aí fica difícil mesmo. Maceió é um nó. Um dia quando a gente menos imaginar, a cidade está parada”.

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