Na última semana dois crimes violentos, que resultaram em mortes, tiveram relação direta com o transporte clandestino.

Um casal foi executado quando estava dentro de um carro no bairro do Santo Eduardo, sem que se saiba a real motivação. O que foi apurado preliminarmente é que o motorista tinha saído da cadeia havia 15 dias e a família o ajudou comprar o veículo para fazer transporte clandestino de passageiros para o litoral norte.

Já na parte alta da cidade, uma mulher foi presa em flagrante acusada de ser a mandante da morte de um comerciante por conta de um incidente de trânsito ocorrido quando ela fazia transporte clandestino de passageiros num Fiat Doblò.

O crescimento do transporte irregular é assustador e afeta sistematicamente a economia das empresas regulares que atuam no segmento municipal, intermunicipal e interestadual, sendo este um problema no Brasil inteiro, predominando nas capitais e grandes centros urbanos.

No Rio de Janeiro o transporte clandestino (as famosas vans) é disputado pelos agentes do tráfico e pelas milícias.

Na cidade de São Paulo um grande carregamento de maconha foi apreendido, no início do mês passado, quando seguia para ser armazenado numa cooperativa de vans, cuja sede possuía um compartimento secreto para tal fim.

O transporte clandestino é atrativo porque proporciona um lucro rápido e fácil, uma vez que os exploradores não pagam impostos, taxas, contribuições sociais e encargos trabalhistas, não tendo nenhum compromisso com as políticas sociais inerentes ao setor, como é o caso da meia passagem e da gratuidade para estudantes, deficientes e idosos.

O transporte clandestino gera corrupção, formação de quadrilha, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e, invariavelmente, lesões corporais e mortes...