A corrida eleitoral começou definitivamente neste sábado (30), com as convenções partidárias e a constatação de que nem tudo está como antigamente. A disputa este ano deverá ser bem acirrada com três chapas de peso, onde os protagonistas – na verdade – não estão na linha de frente, mas nos bastidores.

Senadores, governador e vice e o atual prefeito de Maceió tentam usar a popularidade para conquistar os votos da população para seus ‘apadrinhados’ e para isso, ‘atacam’ os pontos fracos de cada candidato opositor. As convenções mostraram como será o desenrolar das campanhas, já que algumas farpas foram, sutilmente, trocadas em cada palanque.

Benedito de Lira e Cícero Almeida, ambos do Partido Progressista, o PP, pela primeira vez estão em lados opostos. Lira declarou apoio à candidatura de Rui Palmeira, que tem na chapa o vice Marcelo Palmeira, enteado do senador. Já Almeida, que há tempos se mostrou descontente com os rumos que o barco vinha tomando, decidiu segurar as rédeas de sua vida e apoiar a candidatura de seu ex-secretário Mosart Amaral, atual vice na chapa de Ronaldo Lessa.

Almeida guarda rancores também de Teotônio Vilela, governador de Alagoas, o qual foi o candidato do prefeito nas últimas eleições. E tudo se dá pela ‘falta de reconhecimento pós reeleição. "Eu dei 60% de aprovação ao governador e não ganhei nada em troca. Na convenção de Lessa não estou desrespeitando o meu partido (PP). O senador Benedito de Lira deveria está aqui nesse palanque", pontuou.

Para se ter noção da ‘briga’ entre Almeida e os antigos aliados, o prefeito foi praticamente forçado em aparecer no lançamento do Plano Brasil Mais Seguro, ocorrido na última quarta-feira (27). Foi o primeiro a discursar e saiu de fininho para a inauguração do shopping popular, deixando claro sua insatisfação no meio político que estava inserido.

Sobre o pleito em 2012, o prefeito fez questão de explicar que assume a função apenas de eleitor e ataques pessoais não serão aceitos. "Espero que os candidatos entendam que Maceió é outra cidade. Que façam uma campanha de propostas. Se vieram para o meu lado, tenham certeza que vamos bater de volta", prometeu.

Já Benedito de Lira parece não ter se importado com a ausência de Almeida, ou pelo menos, não deixou isso claro. A referência que ele – e também o governador – deu aos opositores foi quando pediu que a população tivesse consciência na hora de escolher o melhor para Maceió e isso deve acontecer com o voto naquele que vem realizando ações para o estado e não os que já tiveram sua chance e nada fizeram para melhor a cidade. A fala foi claramente disparada para Ronaldo Lessa, que já ocupou o cargo de prefeito.

E as críticas também partiram do outro lado. Enquanto a chapa de Rui Palmeira fala em juventude, o senador Fernando Collor soltou indiretas quanto a falta de experiências. Ele declarou que acredita que Lessa possa fazer um bom trabalho e exaltou a competência de Cícero Almeida a frente da cidade nos últimos anos. "Lessa e Mosart terão a missão de dar continuidade ao trabalho que Almeida realizou nos últimos anos. Essa mudança foi resultado do forte apoio do ex-presidente Lula e de Dilma Rouseff. A nossa realidade não permite que façamos testes ou experiências. Precisamos trazer o que já deu certo. Lessa é o nosso nome", colocou Collor, em referência, indiretamente, a juventude.