“Transferir o IML para o Hospital Sanatório seria um desrespeito”

28/06/2012 14:39 - Maceió
Por Redação
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Em entrevista à reportagem do CadaMinuto, o presidente do Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sindmed/AL), Wellington Galvão, mostrou-se contrário à transferência do Instituto Médico Legal (IML) de Maceió para o antigo necrotério do Hospital Sanatório. “Seria um desrespeito aos pacientes e funcionários daquela unidade hospitalar. Não se deve misturar os trabalhos de salvar vidas e cuidar de cadáveres num mesmo local”, disse.

O médico disse ainda que a grande quantidade de material contaminado poderia colocar em risco os pacientes daquela unidade hospitalar. “Um IML deve funcionar num local isolado e exclusivo, principalmente pela presença de material contaminado, o que poderia colocar em risco as pessoas que lutam pela vida. Sem contar com o clima pesado em que se transformaria aquele local. Mas, essa é só a minha opinião, pois quem decidirá será o CRM e a Vigilância Sanitária”, frisou.

Wellington Galvão também comentou sobre a greve deflagrada pelos médicos legistas no último dia 21, alegando que a situação do Instituto Médico Legal (IML) de Maceió é desumana. O médico assegurou ainda que a precariedade na estrutura e a falta de condições de trabalho são as maiores dificuldades encontradas pela categoria.

Ao referir-se aos profissionais de Arapiraca, que retornaram aos trabalhos na tarde desta quarta-feira (27), o médico disse que as negociações com o governo do Estado foram conduzidas com bastante equilíbrio e que, no final, o governo promoveu algumas melhorias que permitiram que os médicos legistas retomassem normalmente às suas atividades. “O Estado ofereceu as condições mínimas para a categoria retornar ao trabalho. Mas vale salientar que ainda faltam alguns ajustes como a contratação de uma empresa de segurança e a instalação de aparelho de Raio X que, deverá estar sendo doado pelo Ministério da Justiça.

“Por outro lado estamos em negociações avançadas com a Secretaria de Gestão Pública para chegarmos a um entendimento sobre os salários da categoria. Nos próximos 60 dias estaremos apresentando um projeto para a criação de carreira pronta, pois isso deverá avançar na busca do piso da categoria”, alegou.

Galvão disse ainda que, na última terça-feira, o Sindicato foi notificado judicialmente sobre a ilegalidade da greve e, em seguida, entrou com um agravo regimental. “Temos a consciência que a missão do judiciário é a defesa da sociedade e que reivindicar melhores condições de trabalho é um direito que cabe a qualquer categoria. Sei do bom senso dos desembargadores e acreditamos que essa lamentável situação seja resolvida em breve”, finalizou o presidente do Sinmed.

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