O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) disse, em pronunciamento nesta terça-feira, 26, à noite, que a sociedade alagoana recebeu com frustração a notícia de que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) vetou, na prática, a construção do Estaleiro Eisa, no município de Coruripe, litoral sul de Alagoas. Para o senador, a decisão trará “consequências nefastas” no desenvolvimento do estado.

“Trata-se de um projeto que envolve investimentos de 2 bilhões de reais e a geração de cerca de 30 mil postos de trabalhos, entre empregos diretos e indiretos. Investimento que, sem dúvida alguma, vai contribuir para transformar o perfil socioeconômico do estado de Alagoas”, explicou.

Renan disse que o parecer técnico do Ibama aponta oito razões para que a licença não seja concedida, uma delas sendo a área escolhida para a construção do estaleiro. De acordo com o Ibama, o estaleiro implicaria na destruição de área de vegetação nativa do Pontal de Coruripe.

O senador disse que a bancada de Alagoas se empenhou muito para viabilizar a obra e, agora, vai ter que redobrar a mobilização para conseguir a concretização do investimento, que segundo ele, “é insubstituível” no ponto de vista do desenvolvimento do estado.

“Há soluções técnicas em estudo, inclusive com a possibilidade de instalar o estaleiro em outras áreas do litoral de Coruripe. Essas restrições apresentadas pelo Ibama não podem ser impeditivas para que nós tenhamos aquele investimento em nosso estado”, afirmou.

Renan disse que o estado de Pernambuco conseguiu licenciamento ambiental, concedido pelo órgão estadual do meio ambiente, para a construção do estaleiro Atlântico Sul. No estado de Alagoas, por sua vez, não foi aceito esse tipo de concessão, com argumento da Justiça Federal de que a licença é competência exclusiva da União. Ele pediu igualdade de tratamento e disse que o Ibama está com “má vontade” histórica com o estado de Alagoas.

Plano Nacional de Segurança

O senador registrou o lançamento do Plano Nacional de Segurança, que ocorrerá nesta quarta-feira (27) em Alagoas e contará com a presença do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Explicou que o plano adotará Alagoas como estado piloto e garantiu que não vai medir esforços para colaborar com o projeto.

Renan destacou que o enfrentamento da criminalidade é fundamental e lamentou que Alagoas registre, atualmente, índices absurdos de violência. “A média da criminalidade no Brasil é vinte assassinatos por cada grupo de cem mil habitantes. Em Alagoas, são assassinadas 126 pessoas para cada grupo de cem mil”, ressaltou o senador.

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