Exame gratuito feito em Alagoas pode evitar a cegueira em bebês prematuros
Segundo o Censo de 2010, 3,5% da população do Brasil tem deficiência visual severa. As causas são diversas e vão desde problemas congênitos a doenças e acidentes. Pesquisas realizadas pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica revelam que, a cada minuto, uma criança fica cega no mundo. Já no Brasil, dados revelam que existem aproximadamente 25 mil crianças cegas.
Dentre muitos fatores responsáveis pela ausência total da visão está a retinopatia da prematuridade (doença vaso-proliferativa, onde há crescimento anormal de vasos na periferia da retina e pode evoluir com descolamento da retina e cegueira).
A doença é uma importante causa de baixa visão e cegueira em crianças. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), essa enfermidade é considerada uma das principais causas de cegueira que pode ser prevenida na infância.
A retinopatia da prematuridade atinge 80% dos bebês com peso entre 750g e 1000g e é a maior causadora de cegueira infantil. No Brasil, existem mais de 26 mil crianças cegas. Muitos destes casos poderiam ter sido evitados com o diagnóstico precoce e tratamento adequado. “Essa realidade poderia ser revertida com o treinamento de pediatras para o encaminhamento correto e programas de triagem em maternidades de alto risco para prematuridade”, ressaltou a oftalmologista e especialista em oftalmopediatria, estrabismo e visão subnormal, Daniela Lyra.
Com o intuito de detectar precocemente e tratar a retinopatia da prematuridade em Alagoas, a Maternidade-Escola Santa Mônica (MESM), unidade hospitalar da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), está realizando gratuitamente o tratamento em prematuros para a detecção e cura dessa anormalidade visual.
O exame deve ser efetuado entre a quarta e a sexta semanas de vida em todos os bebês que nascem com peso inferior a 1500g ou menos de 32 semanas. Os bebês que apresentem entre 1500 g e 2000 g também devem ser examinados, desde que tenham tido intercorrências como infecção generalizada, transfusão sanguínea ou hemorragia cerebral. Vale salientar que o uso prolongado de oxigênio piora a doença.
“O tratamento é feito por intermédio da fotocoagulação da retina avascular com laser diiodo, equipamento único em nosso Estado para o tratamento de pacientes do SUS. O importante é saber que, se o oftamologista surpreende a retinopatia num estágio precoce, tem grandes oportunidades de tratar o problema sem deixar seqüelas visuais importantes”, observou Daniela
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