Em entrevista coletiva na sede da Associação dos Municípios Alagoas (AMA), na manhã desta quarta-feira (20), os prefeitos de Satuba, Cícero Ferreira da Silva, (o Titor); União dos Palmares, Areski Júnior, o Kil; e de Branquinha, Renata Soares, informaram que foram pegos de surpresa com as declarações em tom de cobrança do vice-governador do estado, José Thomaz Nonô (DEM), sobre a demora na entrega dos cadastros das famílias atingidas pelas enchentes de 2010.
O prefeito de Satuba foi o primeiro a mostrar sua insatisfação com as colocações do vice-governador. Titor fez questão de comprovar com documentos em mãos que a prefeitura de Satuba cumpriu todas as determinações solicitadas pela Caixa Econômica Federal.
“Acredito que Nonô foi mal assessorado nessa questão em especial. A população de Satuba espera apenas a análise de cadastro por parte da Caixa. Fizemos a nossa parte e cabe agora a resposta por parte do Governo Federal. As residências estão prontas esperando os novos proprietários”, informou o gestor de Satuba.
O chefe do Executivo em União fez coro às declarações de seu colega e informou que a sua gestão entregou mais de 2.000 fichas cadastrais para análise da Caixa e pouco mais 600 foram examinadas até o momento. “Lavamos às nossas mãos sobre essa questão. Fizemos nossa parte e cabe ao governo Federal, através da Caixa, fazer a sua. Estamos com medo que a população se revolte e invada as residências. Lembra do caso semelhante em Rio Largo? Essa burocracia não deve prosperar. Essa questão precisa ser resolvida o mais rápido possível”, pontuou Kil.
Por sua vez, a prefeita de Branquinha disse que a demora de 24 meses é inaceitável, já que a população aguarda desde 2010 uma solução palpável e concreta. “Se a caixa autorizar a documentação dos desabrigados, posso colocar imediatamente mais de 900 famílias nas residências. Basta resolver essa questão burocrática. Não podemos ficar nessa de jogar a culpa para os outros. Temos que resolver imediatamente. A população não pode esperar mais”, ponderou Soares.
Vice-governador
Na entrevista que gerou toda polêmica, o vice-governador informou que mais de três mil casas estão prontas para serem entregues à população que ficou desabrigada após as enchentes, mas apelou aos prefeitos que mandem com urgência os cadastros com os nomes dos beneficiados para a Caixa Econômica Federal (CEF) para que seja agilizado o “Habite-se”, documento necessário para avalizar as condições de moradia.
“Essas casas estão prontas e as mais adiantadas se situam em cidades como Atalaia, Rio Largo e Satuba, que perfazem, juntas, pouco mais de três mil unidades. Do ponto de vista da reconstrução, o processo está muito bem encaminhado. O problema agora cabe tão somente aos prefeitos mandarem os cadastros porque sem eles, não há como a Caixa Econômica entregar os conjuntos”, alertou Thomaz Nonô.
O vice-governador alertou que só com a emissão dos cadastros para a Caixa, o Governo poderá definir o cronograma dos conjuntos que estão prontos. “Se os prefeitos mandarem os cadastros e eles não tiverem nenhuma pendência, a expectativa é de que em breve essas casas sejam entregues”, completou.