O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota, disse neste sábado (16) que o texto final da Rio+20 diminuiu de 80 para 56 páginas. "O texto emagreceu bastante", afirmou, acrescentando que “não apresenta mais colchetes”, usados na diplomacia indicar divergências sobre cada tema.
Para o Itamaraty, a redução do texto é positiva no sentido de que ele era muito extenso e tinha ideias repetidas - chegou a ter 270 páginas nas etapas de negociação anteriores à conferência no Rio.
Nesta sexta-feira (15), o governo brasileiro assumiu a presidência das negociações da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, após não haver acordo entre os países ao final do terceiro dia de negociações do Comitê Preparatório.
O novo documento, enxuto e “consolidado, foi apresentado aos países que vão se dividir em quatro subgrupos temáticos para debater assuntos ainda controversos. “A partir das 18h, voltam à negociação os temas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável [ODS], questões de governança [como a definição do futuro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente], o capítulo dos meios de implementação e oceanos”, disse Patriota.
Entre as principais metas que sairão prontas do do Rio de Janeiro é o processo de lançamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que são metas não obrigatórias para que os países cresçam economicamente e erradiquem a pobreza, sem impactar o meio ambiente .
“Os chefes de Estado vão adotar a ideia dos ODS. Depois, lançarão processo de negociação dessas metas que não são políticas, mas sim metas técnicas que serão negociadas por cientistas, técnicos e pessoas que entendem do tema. A meta dos oceanos, por exemplo, tem que ser vista por quem entende do tema. Por isso, haverá um processo negociador até 2015”, explicou Patriota.
De acordo com Patriota, foi sinalizado aos participantes que é necessária uma dinâmica nova na negociação, evitando que sejam introduzidas “emendas que são apenas mudanças editoriais, para concentrar nas questões cruciais”.
Segundo o chanceler do Brasil, a ambição do governo – que presidente a Rio+20 – é chegar a um texto acordado pelos participantes até a noite de segunda-feira (18), antevéspera da terceira fase da conferência, o segmento de alto nível, que contará com os chefes de Estado.
Mais cedo, foi divulgado que as negociações para o documento final alcançavam quase 38% de consenso a quatro dias da chegada dos chefes de Estado e governo. De acordo com o diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da ONU, Nilchil Seth, 119 parágrafos haviam sido aprovados em referendo.