Ativista chinês cego e sua família chegam aos EUA

20/05/2012 19:47 - Brasil/Mundo
Por Redação

O ativista chinês cego Chen Guangcheng chegou no final da tarde deste sábado (19) aos Estados Unidos após a China permitir que deixasse o hospital em que estava, em Pequim, pondo fim a uma tensão diplomática entre os dois países.

O voo da United Airlines levando Chen, sua esposa e dois filhos posou no Aeroporto Internacional de Newark, em Nova Jersey, pouco depois das 18 horas (19h de Brasília). De lá, eles seguiram para a Universidade de Nova York no bairro de Greenwich Village, em Manhattan.

Chen, um dos dissidentes chineses mais conhecidos, deve estudar como convidado na escola de direito da universidade, disse a instituição neste sábado.

Uma autoridade do alto escalão da Casa Branca disse neste sábado que dá boas vindas ao ativista e elogiou os esforços diplomáticos em Washington e Pequim que aliviaram uma disputa sobre a situação do dissidente.

"O sr. Chen, sua esposa e dois filhos estão a caminho para os Estados Unidos. Nós comemoramos o rumo que as negociações tomaram e o fato de que ele será capaz de estudar no país quando chegar", disse o funcionário do Conselho de Segurança Nacional Ben Rhodes.

"Estamos satisfeitos, já que fomos capazes de alcançar uma resolução sobre o assunto", disse

Antes da viagem, Chen passou algumas horas no aeroporto à espera de passaporte e do voo. Mais cedo, o jornal 'South China Morning Post' havia divulgado uma declaração do ativista dada por telefone: 'Estou no aeroporto. Não tenho passaporte. Não sei quando sairei. Acho que vou para Nova York'.

No aeroporto da capital chinesa, a Agência Efe constatava a presença de policiais e oficiais do Ministério das Relações Exteriores da China, como uma confirmação de que Chen poderia deixar a China, finalizando assim uma longa história de fuga do dissidente, que escapou da prisão domiciliar em que estava e chegou a se abrigar durante dias na embaixada dos EUA em Pequim.Chen foi visitado no último dia 16 no hospital de Chaoyang - onde estava internado - por funcionários do Escritório de Segurança Pública de sua província, Shandong, que lhe levaram os formulários para que tanto ele como seus familiares mais próximos solicitassem os passaportes.

Esse primeiro passo dado pelo regime comunista para permitir a viagem de Chen ocorreu um dia após os Estados Unidos anunciarem que já tinham prontos os vistos do ativista e de sua família.

Em comunicado divulgado neste sábado, o líder da ONG ChinaAid, Bob Fu, se mostra satisfeita com a causa: "ChinaAid e a família de Chen estão profundamente agradecidos pela ajuda incansável da comunidade internacional, incluindo os esforços da embaixada dos Estados Unidos e do Congresso americano".

Crise diplomática
O militante, que lutou durante anos contra a esterilização e os abortos forçados, provocou uma crise diplomática quando se refugiou durante seis dias na embaixada dos Estados Unidos em Pequim, depois de fugir de sua residência, onde permaneceu durante 20 meses em prisão domiciliar.

Chen saiu da embaixada no início de maio, quando a secretária Estado americana, Hillary Clinton, estava em Pequim, uma coincidência incômoda para a diplomacia americana e chinesa.

Um acordo entre os dois países foi concluído após difíceis negociações.

A China aceitou conceder "o mais rápido possível" os passaportes que permitirão a viagem de Chen Guangchen e sua família, enquanto Washington prometeu conceder os vistos de entrada nos Estados Unidos.

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