Caso Luiz Ferreira: depoimentos de ex-prefeita e marido

18/05/2012 05:58 - Política
Por Redação

Uma das testemunhas importantes do caso, Rafael ____, em depoimento, afirmou ter sido ameaçado e obrigado a mentir pelo promotor Cyro Blater. Lembrando que em seu primeiro depoimento para PC, ele havia dito que tinha ouvido uma conversa do Wallemberg, onde ele dizia que iria participar de um assassinato, mas em seu depoimento no Fórum, desmentiu tudo e afirmou ter sido coagido pelo promotor. Disse ainda que o promotor lhe prometeu segurança e um advogado para que, em seu depoimento, acusasse a ex-prefeita. A testemunha negou qualquer relação com a prefeita, disse que estava com medo, que temia por sua vida, e foi prestar depoimento escoltado por cerca de 8 policiais do BOPE.

O promotor Cyro Blater também foi citado pelo advogado Jerfferson Fidélis do Nascimento, que está sendo acusado de extorsão e ameaça de morte. Jefferson foi ao presídio Santa Luzia na qualidade de advogado de um dos acusados, Ewerton Santos Ameida, o Cruel, e teria exigido R$ 500 mil da prefeita. O advogado teria afirmado que o promotor Cyro Blater teria oferecido certas regalias para Cruel. Até o dia do seu depoimento Cruel não tinha advogado e negou que tenha feito qualquer ameaça.

O vaqueiro, testemunha ocular, que presenciou o crime aproximadamente a 200 metros do local, sendo peça-chave no inquérito, em seu depoimento, admitiu ter sido coagido a mentir e não reconheceu o policial Cláudio Magalhães. Afirmou ainda que o homem que viu efetuando os disparos, ao contrário do policial, era alto e moreno. Disse também temer por sua vida, por se sentir ameaçado pelo homem que o coagiu.

Durante depoimento, o pedreiro que estava trabalhando na casa do policial afirmou que Magalhães não saiu de casa no período que houve o crime, o policial é apontado pela PC como autor material. O vídeo divulgado pela PC, como prova, foi editado pela mesma. As imagens sem edição mostram o policial saindo de sua residência, em Arapiraca, no dia do crime, por volta das 16h. O crime ocorreu por volta das 13h, em Anadia. A PM absolveu o policial por falta de provas de seu envolvimento. Logo após ter sido absolvido o então cabo foi promovido a sargento.

A motivação para o crime, segundo a PC, foi o desvio de R$ 7 milhões da Prefeitura, uma soma considerável para o orçamento do município. Até o momento não há nenhuma prova concreta sobre o desvio. Sem o desvio, não há motivação para o crime. Em depoimento o contador, Daniel Salgueiro, afirmou que não há desvio algum desses R$ 7 milhões

A prefeita também foi acusada de enriquecimento ilícito. Não há qualquer prova desse enriquecimento. Nem dela, de qualquer parente seu ou de algum laranja.
No rastreamento dos chips telefônicos, prova contundente do crime, segundo a PC, não há qualquer cruzamento de ligações entre a ex-prefeita, seus familiares e os demais acusados de envolvimento no crime. No depoimento os peritos informaram que a única ligação que há é entre a prefeita e seu marido.

A votação pelo afastamento da prefeita, sob a acusação do desvio, e sua possível cassação, pela relevância do tema, deveria constar em ata na Câmara de Vereadores. Não há nenhuma ata que comprove a discussão do tema. Foi feita de forma irregular.

O vereador Luiz Ferreira foi assassinado no dia 03 de setembro de 2011. Dia 13 de setembro haveria a convenção do PPS em Anadia. O presidente do PPS em Anadia, Dimas Almeida; o presidente da Câmara, José Adauto; o vice-prefeito José Augusto; os vereadores Amós Rocha, Fernando Pedrosa, Neto e Denisson Mariano não poderiam declarar seu apoio ao vereador Luiz Ferreira por conta dos compromissos políticos assumidos com o deputado Antônio Albuquerque. Deputado que o vereador Luiz Ferreira, até onde se sabia, tinha aversão.

Os 6 vereadores da oposição, recentemente denunciados pelo MP por nepotismo cruzado, depois da distribuição de cargos na prefeitura, votaram contra a continuidade de 3 processos de improbidade administrativa movidos pela então prefeita contra o presidente da câmara, José Adauto.

Com tantos interesses envolvidos, a PC acatou a denúncia do vice-prefeito e dos vereadores, adversários políticos da ex-prefeita, e manteve uma única linha de investigação. E até agora não apresentou provas concretas sobre o caso. Resta saber se a PC vai assumir seu erro, se não vão aparecer novas provas falsas, e se realmente se chegará aos verdadeiros culpados. E a pergunta que fica é : Porque eles ainda estão presos.

A situação do crime

Pelo fato de ser um crime de repercussão, a PC a todo custo procurou um culpado, mais de forma desorganizada, e não com a qualidade esperada por todos, sem provas concretas e levantamentos falsos.

O que se mostra é que tudo aconteceu por conta de um interesse político, interesse no poder de uma pacata cidade, os verdadeiros interessados estão desfrutando de forma irregular da administração do município. E sobre a entrega de cargos, é só analisarem através da divisão de cargos que ocorreu no município, a forma hierárquica como foi feita. Segundo informações que obtive, o vice anunciou outros secretários, mas que são todos laranjas (Aquele que participa de um ato de contravenção por vontade própria ou sem saber fornecendo apenas seus dados pessoais para encobrir pessoas ou procedimentos ilícitos; pessoa desprovida de suficiente percepção numa determinada situação que requer um maior grau de compreensão). Dessa forma a irregularidade se mantém no município.
 

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