Brasileira que vive no Vale do Silício lança livro

14/05/2012 05:45 - Internet
Por Redação
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Aos 17 anos, Isabel Pesce colocou em uma caixa "tudo o que já havia feito na vida" e bateu na porta de um entrevistador em busca de uma vaga no MIT (Massachusetts Institute of Technology dos EUA). Já havia perdido o prazo, mas conseguiu convencer o entrevistador e acabou se mudando para os EUA para estudar. Passou por gigantes como Microsoft, Google até que decidiu abrir sua própria empresa no Vale do Silício, um dos centros de inovação tecnológica dos Estados Unidos.

As experiências da jovem, hoje de 24 anos, culminaram com a criação do livro "A menina do Vale" (baixe aqui), que reúne conselhos para empreendedores e que começou a ser distribuído gratuitamente pela internet na última sexta-feira (11).

“A minha história foi completamente inesperada e uma das coisas que mais me ajudou foi não ter medo de errar e ter iniciativa, um dos conselhos que coloco no livro”, contou a jovem, em entrevista ao G1. “Dar o primeiro passo é muito importante.”

Pesce conta que foi aceita como estudante no MIT “aos trancos e barrancos”. Ela conta que é de família simples no Brasil e sempre foi apaixonada por matemática e negócios. “Dez dias antes de acabar o prazo das inscrições, eu descobri que brasileiros podiam se inescrever. Eu sabia que era muito difícil, mas precisava pelo menos tentar”, conta.

Segundo ela, foi quando começou uma correria em busca das redações e recomendações que precisam ser enviadas para a instituição. “Mas existem algumas coisas que eu tinha que ter feito antes, como uma entrevista e a inscrição nos SATs [o vestibular feito nos EUA]”, explica.

Contra suas chances, ela conta que colocou “tudo o que havia feito na vida” em uma caixa e bateu na porta do entrevistador. “Eu tive que ser criativa. O entrevistador foi super simpático e disse que já tinha acabado o prazo, mas ele acabou aceitando falar comigo”, conta.

Sem ter feito as inscrições no SATs, ela foi ao local da prova e esperou que alguém faltasse –os testes vêm contados para o Brasil, sem provas a mais. “A mulher da prova me tirou do prédio, mas fiquei esperando e uma pessoa acabou faltando”, disse. Dois meses depois, ela recebeu a notícia: havia sido aprovada.

“Eu vim pra cá com a cabeça de que aquilo tudo era um sonho”, afirma Pesce, que conta que logo começou a trabalhar para ajudar a pagar seus estudos. “Eu queria ajudar, não ia colocar o preço dos meus estudos para os meus pais pagarem”, explica. Ela conta que o colégio onde havia estudado em São Paulo, o Etapa, a ajudou a conseguir um emprego logo.

Durante a faculdade, ela passou por empresas como Microsoft, Google, Deutsche Bank e alguns departamentos dentro do próprio MIT.

Microsoft
Na Microsoft, a brasileira participou de um grupo de pesquisas que montou um sistema que permitia que webcams rastreassem cores. “Isso foi antes do lançamento do iPhone, todos estavam falando da tecnologia de sensibilidade ao toque. Pensamos que isso era muito caro e exploramos a webcam, que estava em vários computadores”, lembra.

O projeto, criado em parceria com outros três colegas, fazia com que a câmera diferenciasse as cores que eram colocadas diante dela e permitia a criação de jogos. “A plataforma era aberta e as pessoas podiam criar aplicativos. Fizemos em apenas dez semanas”, conta.

Andando pelo campus da Microsoft em Seattle, Pesce ficou com uma ideia fixa em sua cabeça. “Eu pensava no que o Bill Gates sentia diante daquilo, de ter gerado emprego e inovação”, afirma. “Eu queria criar algo daquele tamanho, sentir que estou mudando algo.” E foi assim que ela decidiu criar sua própria empresa.

Hoje, ela faz parte do time fundador da Lemon, empresa que criou um aplicativo para administração financeira mais inteligente.

Conselhos
O “A menina do Vale” reúne 18 capítulos com diferentes dicas para quem quer criar a própria empresa. Entre os conselhos estão a procura por um mentor e a capacidade de transformar um “não” obtido como resposta em um “sim”.

“Eu percebi que você cresce mais rápido quando tem alguém te dando conselhos pertinentes”, explica. Os capítulos também abordam exemplos mais palpáveis sobre como começar a empresa, como dicas para escrever um plano de negócio melhor.

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