Sindjornal critica parlamentares da CPI e defende liberdade de imprensa

10/05/2012 06:28 - Maceió
Por Redação
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O caso envolvendo o banqueiro Carlinhos Cachoeira, preso durante a operação “Vegas”, envolvendo várias autoridades e a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), rendeu inclusive, suspeitas da participação de jornalistas no esquema. Representantes do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal) refutaram as suspeitas e afirmaram que tal suspeita trata-se de uma reação dos políticos.

Segundo uma publicação do jornal “Folha de São Paulo”, o Partido dos Trabalhadores (PT) estaria disposto a atacar a classe jornalística, fazendo acusações de que profissionais da área estariam, envolvidos no escândalo envolvendo o banqueiro Carlinhos Cachoeira.

De acordo com a publicação, a estratégia do grupo político em levantar as suspeitas sobre os jornalistas começou tímida, mas tem se intensificado. Uma espécie de bancada anti-imprensa, formada senadores e Humberto Costa (PT-PE) e pelos deputados Luiz Sérgio (PT-RJ), Doutor Rosinha (PT-PR) e Protógenes Queiroz (PC do B-SP) e o alagoano Fernando Collor (PTB-AL).

Os políticos teriam cobrado do delegado federal que conduziu a operação “Vegas”, Raul Alexandre Sousa, que investigasse os profissionais da comunicação sobre uma possível ligação com o esquema envolvendo Carlinhos Cachoeira. Porém, após longa investigação, a Polícia Federal não verificou nada de impróprio nessas relações, tão pouco viu razões de indiciar qualquer jornalista.

O CadaMinuto entrou em contato com a presidente do Sindjornal, Valdice Gomes, que nos últimos dias têm passado por problemas particulares e preferiu não se pronunciar sobre o caso, mas refutou qualquer atitude que venha suspeitar da classe jornalística.

Porém, o vice-presidente do sindicato, Flávio Peixoto, o “Mineirinho”, mesmo sendo uma situação distante de Alagoas, criticou a postura dos políticos.

“Nós jornalistas precisamos defender sempre a liberdade de imprensa. Essa atitude parece ser uma reação da classe política, por conta do embate que a comunicação tem feito em relação ao cenário político no país. É claro, que não podemos responder por outras pessoas, mas desde que, o jornalista esteja correto, pode ir até o final”, afirmou.

Ainda de acordo com a publicação, um senador petista teria saído de uma sessão externando o sentimento do grupo. “Se a mídia quer guerra, vai ter guerra". Com relação à participação do senador alagoano Fernando Collor de Mello (PTB-AL) na “bancada” que ataca os jornalistas, Flávio Peixoto não estranhou a atitude.

“Ele (Fernando Collor) já tem um histórico de bater de frente com a imprensa. Ele chegou a se pronunciar contra a formação acadêmica dos jornalistas, contra a exigência do diploma. Não nos causa estranheza. Mas, quando tiver algum motivo para ataque, aí sim a gente vai se surpreender”, disse.
 

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