Atualizada às 18:30

Dois meses de greve e seis mil cirurgias suspensas. Esse é o saldo da paralisação dos médicos anestesistas credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Alagoas. Para tentar resolver a situação, a cooperativa da categoria no estado participou de uma reunião, no Tribunal de Justiça. Participaram ainda do encontro, o corregedor do TJ, James Magalhães, o promotor Ubirajara Ramos, o secretário municipal de Saúde Adeilson Loureiro e representantes da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau).

De acordo com Dário Dórea, diretor administrativo da Cooperativa dos Médicos Anestesistas do Estado de Alagoas, a tabela que regula o valor pago aos profissionais no estado está defasada. Ele relatou que, enquanto os médicos aqui recebem R$ 45 por cirurgia, em outras unidades da federação o pagamento chega a R$ 345.

“Agora, já estamos com 80% dos serviços parados, atendendo apenas as emergências. Há sete meses começamos a nos mobilizar e a greve teve início há dois meses. Queremos que os governos federal, estadual e municipal entrem em um entendimento. Até o momento, seis mil cirurgias não aconteceram e o povo está pagando por isso”, afirmou Dórea.

Adeilson Loureiro colocou que, em Maceió, os profissionais já recebem com base em uma tabela diferenciada e que novos reajustes não poderão ser dados. “Temos uma suplementação salarial e algo a mais não está previsto no orçamento do município”, observou o secretário de Saúde de Maceió.

O corregedor do TJ, James Magalhães, que convocou a reunião, acredita que se chegará a um entendimento para que as atividades dos médicos sejam retomadas. Ele afirmou que não se pode exigir o valor pago em outros estados, visto a situação econômica de Alagoas. “A população é que não pode sofrer com esse tipo de coisa”, colocou.
 

Após a reunião, os anestesistas decidiram esperar, nos próximos 35 dias, uma proposta unificada dos governos estadual e municipal sobre o reajuste. A categoria deve retomar as atividades na próxima segunda-feira (14).