O deputado estadual Dudu Holanda (PSD) - que foi indicado para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pistolagem - destacou, em conversa com este blogueiro, que não vê problema em integrar os trabalhos, mesmo sendo ele parte do objeto principal de investigação da CPI.

Explico: este blogueiro levantou a discussão sobre o assunto quando argumentou a estranheza da participação de Dudu Holanda, já que ele é uma das “supostas vítimas” do “suposto” plano para matar deputados estaduais em Alagoas, cujo “suposto” mandante seria o ex-deputado estadual Cícero Ferro (PMN). Há - nos bastidores - o comentário de que tal plano não passa de uma farsa.

O deputado estadual João Henrique Caldas (PTN) - propositor da CPI que ainda não saiu do canto - diz que a possibilidade de farsa também será investigada, caso haja de fato a instalação da Comissão. Independente das versões para o “suposto” plano, Dudu Holanda teria que ser ouvido. Daí se questiona a imparcialidade do parlamentar do PSD na composição.

Conversei com Dudu Holanda sobre o assunto. Assim ele respondeu: “não vejo impedimento algum, pois enxergo a proposta do JHC, com a CPI, muito mais abrangente do que investigar apenas o plano para matar deputados. Eu acho que eu, como JHC e Nelito (Gomes de Barros) e os demais deputados que foram nomeados completamente imparciais para a apuração, pois temos um histórico de aversão a questão da violência e dos crimes de mando em Alagoas”.

Dudu Holanda salientou que pretende “contribuir” e muito para o sucesso da CPI. “Somos jovens, isentos de problemas de tamanha natureza”. “No exercício do cargo, eu me vejo habilitado a contribuir por não ter vinculo com violência”. Questionei ainda Dudu Holanda sobre a possibilidade do plano ter sido um farsa arquitetada dentro do parlamento estadual.

Sobre o assunto, Dudu Holanda voltou a narrar a sequência dos acontecimentos. “Eu recebi uma ligação do diretor-geral da Polícia Civil de Alagoas. Conversei com a Polícia Civil na época e fiquei asustado quando soube do plano. Fiz contato com os familiares do deputado estadual Maurício Tavares”, frisou. Dudu Holanda disse que sempre teve a melhor relação possível com Cícero Ferro.

“Conversei com Ferro sobre o assunto. Ele me negou que tenha tido plano para me matar. Quanto ao documento com o depoimento do pistoleiro, ele foi me passado por um jornalista. Eu disse quem foi o jornalista para o delegado. O repórter se mostrou acessível para qualquer esclarecimento que a Polícia Civil precisasse. Se foi um suposto plano, não sei. Eu tenho dúvidas”, disse.

Dudu Holanda disse que tem dúvidas se o plano existiu ou não, mas afirma: “o histórico do deputado Cícero Ferro é quem fala por ele e isto me deixou assustado”. O parlamentar do PSD afirmou que pode estar correndo riscos durante todo o mandato e por isto o apoio à CPI da Pistolagem. Perguntei sobre “manobras da Mesa Diretora” para impedir a Comissão. Diferente de JHC, ele diz que tem uma boa relação com a direção da Casa, inclusive por fazer parte da Mesa.

“Eu apoio a CPI e estou aqui. Não posso falar sobre os demais deputados. Eu acredito que há deputados que possam contribuir”, finalizou.

Estou no twitter: @lulavilar