Chávez nomeia aliados em conselho para assessorá-lo no governo

03/05/2012 05:19 - Brasil/Mundo
Por Redação

O presidente Hugo Chávez, da Venezuela, nomeou vários aliados seus para integrarem um novo conselho que irá assessorá-lo nas tarefas de governo, num momento de intenso debate nacional sobre a transferência de poderes quando ele se afastar por causa de um tratamento médico. Chávez, 57 anos, no poder desde 1999, viajou novamente para Cuba na segunda-feira a fim de continuar seu tratamento radioterápico contra um câncer. Antes de embarcar, ele fez um emotivo discurso para anunciar seu afastamento, a cinco meses da eleição em que ele deve tentar um novo mandato.

O Conselho de Estado está previsto na Constituição de 1999, mas nunca havia sido ativado. Ele será dirigido pelo vice-presidente Elías Jaua, e terá entre seus integrantes o ex-vice-presidente José Vicente Rangel, o diplomata Roy Charderton, o deputado Luis Britto García, o ex-defensor do povo Germán Mundaraín, e o general Carlos Giacopini, do Comando de Defesa das Forças Armadas. As nomeações constam em decreto presidencial publicado na quarta-feira.

Ao anunciar a criação do Conselho, dias atrás, Chávez disse que sua primeira tarefa seria opinar sobre a saída da Venezuela da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Chávez quer afastar o país dessa instância porque a acusa de ter apoiado o efêmero golpe de Estado de 2002 contra ele. Adversários de Chávez criticam a possível saída venezuelana do órgão.

A oposição a Chávez tem criticado o presidente por governar à distância - muitas vezes dando ordens pelo Twitter - quando viaja a Cuba para se tratar, e por isso exige mais clareza quanto à substituição dele quando estiver impossibilitado de exercer o cargo. O ex-deputado oposicionista Leonardo Palacios disse que o Conselho poderá servir como "junta de transição", mas que a forte presença de chavistas prejudica seu equilíbrio.

Em um documento divulgado em janeiro, a Mesa da Unidade Democrática, uma coalizão da oposição, cobrava de Chávez a ativação do Conselho, na esperança de que assim os adversários do presidente tivessem mais participação nas decisões do governo. Antes de nomear os membros do Conselho de Estado, Chávez determinou no mês passado a criação de um "comando antigolpe" para neutralizar qualquer tentativa de desestabilização por parte da oposição antes ou depois das eleições de setembro.
 

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