A oitava edição do Tacacá Literário dentro da 1ª Bienal do Livro Amazonas trouxe a palestra do escritor e artista plástico valter hugo mãe (assim mesmo, com minúsculas). Ele trouxe uma reflexão sobre o ato de escrever em português. Ele narrou trechos de sua trajetória, sempre citando suas obras como referência.
Hugo mãe acredita que o principal motivo para a literatura em português não emplacar internacionalmente são os próprios artifícios da língua. “Quando apresentamos um trabalho para uma editora internacional, a primeira coisa em que eles pensam é como aquilo vai ficar quando traduzido, e muitas vezes a tradução mata uma linguagem mais exigente, com mais jogo poético”, afirmou.
O escritor foi muito festejado e também assediado. Os fãs formaram uma enorme fila para ter seus livros autografados pelo autor. O jovem Lorenzo, de apenas 15 anos, é um apaixonado pelas obras de hugo mãe. Ele diz que é fã do autor desde 2008. “Me tornei fã quando um tio meu me presenteou com o livro ‘O Apocalipse dos Trabalhadores’, e a partir daí fui lendo mais obras dele e me apaixonando pelo jeito dele escrever”, contou ao G1.
Valter hugo mãe se disse surpreso com o carinho do público. Segundo ele, o fato de o Brasil estar tão longe de Portugal fez com que ele não esperasse tanto assédio. “Morando onde eu moro, tão longe, não dava pra esperar tanto carinho, mas estou feliz que o trabalho tenha repercutido deste lado do oceano”, disse.
valter hugo mãe
Valter hugo mãe nasceu na cidade angolana de Saurimo. Além de escritor, é também editor, artista plástico e músico. Atualmente, vive em Vila do Conde, em Portugal. Ele é formado em Direito e pós-graduado em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea.
No ano de 2007 ganhou o Prémio Literário José Saramago, com o romance 'O Remorso de Baltazar Serapião'.