Ministro da Economia alemão pede que BCE retorne à normalidade
O ministro da Economia da Alemanha, Philipp Roesler, pediu nesta quarta-feira que o Banco Central Europeu (BCE) deixe o modo de crise e retorne ao seu mandato de estabilidade monetária, em uma rara declaração do governo sobre a política do BCE.
"O BCE tem nosso apoio para que possa achar seu caminho de volta ao modo normal de política monetária e se concentrar em seu claro mandato para garantir a estabilidade de preços", disse o ministro ao apresentar as estimativas do governo para o crescimento da economia.
O governo alemão normalmente não comenta a política do BCE, citando a independência do banco central, que utiliza como modelo o banco central alemão, o Bundesbank.
Sob pressão no auge da crise de dívida soberana da zona do euro, o BCE implementou uma série de medidas excepcionais, incluindo a compra no mercado secundário de dívidas de países com problemas e a injeção de mais de um trilhão de euros de dinheiro de baixo custo.
O objetivo do BCE tem sido evitar uma crise de crédito e garantir tempo aos governos para responderem a uma crise que se espalhou da Grécia para o resto da zona do euro e até além.
Há expectativas cada vez maiores no mercado financeiro de que o BCE terá que recorrer ao plano de resgate de novo com a Espanha sob intensa pressão, a queda do governo holandês devido a planos orçamentários e os últimos dados que mostram que a zona do euro está voltando à recessão.
Membros do BC alemão, como o presidente Jens Weidmann e o membro do conselho Andreas Dombret, afirmam que deveria ser discutida uma "estratégia de saída" do modo de combate à crise, algo que o presidente do BCE, Mario Draghi, considera prematuro.
"Qualquer estratégia de saída é prematura dada a atual situação econômica", disse Draghi ao Parlamento Europeu nesta quarta-feira.
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