O caminhoneiro Luiz Alberto Bernardino teve a prisão decretada pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Capital, Maurício Brêda, na tarde desta quarta-feira (25). O pedido foi feito pelo promotor da 8° Vara, Flávio Costa, na última segunda-feira (23), durante audiência de instrução sobre a morte da estudante, Giovanna Tenório.
Bernardino é apontado como autor material do assassinato de Giovanna e vem sendo monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele foi denunciado pelo MP por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, sequestro, além do furto do celular que a estudante estava no dia em que desapareceu.
Para fundamentar o pedido, Costa afirmou que o caminhoneiro destruiu provas, já que apagou mensagens do celular da estudante e queimou uma bolsa e um colchão que seriam indícios do crime, praticado a mando de Mirella Granconato, que continua presa.
“O caminhoneiro está usando tornozeleira, será mais fácil de encontrá-lo. Caso ele fuja, vai estar atestando a culpa", afirmou o promotor.
O caso
Giovanna Tenório foi encontrada morta em junho de 2011, em estado de decomposição avançado, num canavial, no município de Rio Largo. O corpo da estudante estava enrolado em um lençol e apresentava sinais de violência nas costas. Os peritos também encontraram um cordão de nylon no pescoço. A universitária estava com os mesmos trajes que usava quando desapareceu.
Antônio Bandeira e a mulher, Mirella Granconato tiveram seus nomes relacionados ao rapto e morte da estudante. Giovanna já manteve um caso amoroso com o empresário que havia negado que era casado. Tudo foi descoberto em uma festa em uma boate noturna de Maceió, onde Tony estava na companhia da mulher que flagrou um suposto encontro entre ele - o marido, e Giovanna.
As duas teriam discutido bastante e chegaram a trocar empurrões. Dias após, Mirella chegou a ameaçar por telefone a ex-amante do marido, que manteve alguns encontros com Tony às escondidas, conforme relatos de amigos da estudante.
No dia que a jovem desapareceu, ela teria avisado a família, antes de sair de casa, que não retornaria para almoçar. Giovanna passou a manhã participando do estágio do curso que era matriculada, no Cesmac. O estágio acontecia no Dique Estrada, região Sul de Maceió.
A retornar do estágio Giovanna teria falado a amigas que ia almoçar com um 'amigo' em um restaurante localizado próximo da agência do Banco do Brasil da Avenida Thomaz Espíndola, no bairro do Farol.
Amigas de Giovanna alegam que a estudante não falou o nome do 'amigo', mas demonstrava muita alegria. Foi esse 'amigo' que teria telefonado para ela pedindo para se apressar, pois já estava aguardando a moça. Este foi o último dia que amigos e parentes viram Giovanna com vida.
As investigações foram acompanhadas pelo Grupo Estadual de Combate ao Crime Organizado (Gecoc), do Ministério Público Estadual e juízes da 17ª Vara de Maceió, responsável pelas investigações de crimes praticados por grupos organizados.
Tony e a mulher alegam, em suas defesas, inocência na participação desse caso. Os dois chegaram a confirmar um relacionamento dele com a estudante morta e as brigas de Mirella com Giovanna.
O rapaz e um caminhoneiro, que estava com o celular de Giovanna, chegaram a ser presos pelo crime, assim como Mirella Granconatto. Os dois primeiros conseguiram liberdade, mas Mirella segue presa e já teve vários habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas.