Atualizada às 19:40
Durante a audiência de instrução da morte da estudante Giovanna Tenório, o juiz Maurício Brêda fez uma acareação entre a testemunha Meiry Emanuella, conhecida como Manú e MIrella Granconato, acusada de ser a autora intelectual do sequestro e morte da estudante de fisioterapia. Mirella confessou ter enviado mensagens para a vítima em setembro de 2011 e ainda, a agressão em frente a uma boate na Ponta Verde.
Chorando, Mirella disse ao juiz que todo o seu desentendimento com Giovanna ocorreu durante o mês de setembro, quando ela descobriu o relacionamento da estudante com seu marido, Toni Bandeira. A acusada recordou que na época, ela estava na porta da residência do casal, em Rio Largo, quando a estudante, junto com Manúu e um rapaz conhecido como Samuel foram até a ao município para buscar Toni. “Ela (Giovanna) estava abaixada no carro”, completou a acusada.
Porém, a declaração de Mirella foi negada por Manú. O depoimento prestado por Leonardo Lima, de que os contatos da vítima foram repassados por Manú, foi confirmado por Mirella. “Ela (Manú) me ligava para saber do Davi, um ex-namorado dela e sempre dizia onde o Toni iria estar com a Giovanna. A quebra do sigilo telefônico pode comprovar tudo”, detalhou.
Segundo a acusada, no dia da agressão em uma boate na Ponta Verde, ela reconheceu Manú, pois já havia estudado com ela na infância. Trechos das mensagens enviadas por Mirella para Giovanna foram lidos pelo promotor Flávio Costa. Em uma delas a acusada escreveu: “Você quer o mal, você vai ver o mal, mas não vai ser o meu e sim o seu”.
Sobre a ameaça, Mirella se defendeu afirmando que estava preparada para contar toda a situação para a família de Giovanna, por isso tinha enviado aquelas mensagens.
"Fiz isso para defender minha família, eu queria que a Giovanna me respeitasse. No dia da agressão na boate eu estava discutindo com meu marido e ela se meteu. Já no dia em que nos desentendemos no bar ela jogou uma cadeira no tio do Toni, que ficou machucado. Mas, eu não tinha porque matar ela, outras mulheres me incomodavam com telefonemas também", relembrou.
“Uma pessoa influente”
Ainda em seu depoimento Mirella fez uma revelação que poderá ajudar para a revogação de sua prisão. Segundo ela, no início das investigações, antes mesmo de ter sua prisão decretada, uma pessoa de Rio Largo ofereceu dinheiro e condições para que ela fugisse do Estado junto com os dois filhos.
Essa pessoa conversou com a irmã de Mirella. “Ela perguntou se era por falta de dinheiro que eu ainda estava lá e que se fosse ela arranjaria", disse Mirella. O nome da pessoa será mantido em sigilo, de acordo com o advogado Raimundo Palmeira, por se tratar de uma pessoa muito influente na cidade.
O assistente de acusação, o advogado Welton Roberto, indagou Mirella se ela acredita que esta pessoa possa ter ligação com o crime, sendo até mesmo o mandante. A acusada respondeu: “Não sei, mas achei muito estranho a atitude”, afirmou Mirella acrescentando que não aceitou a “oferta”, pois tem a consciência tranquila de que não teve participação do crime.
Toda a audiência do caso foi acompanhada também por Toni Bandeira. Ao final, o Ministério Público pediu a manutenção da prisão de Mirella, que deverá ser analisada em 48 horas por Maurício Brêda. “Se existem lágrimas da acusada, imaginem da mãe da vítima que não pode nem visitar a filha na prisão”, defendeu o promotor do caso, Flávio Gomes.
Ele também pediu a prisão do caminhoneiro Luiz Alberto da Silva. "A Giovanna tinha dois celulares e um deles, o rosa, estava com o caminhoneiro, que apagou as mensagens, além de queimar o lençol que estava com a vítima, destruindo provas", explicou Costa.
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