Primeiras impressões: Porsche 911 Carrera S Coupé

21/04/2012 14:48 - Carros
Por Redação

A sétima geração do Porsche 911 Carrera chega neste sábado (21) ao Brasil. Como todos os de seu segmento, ele tem motor potente, assim como ronco que entusiasma, belo acabamento, pegada esportiva e, claro, um preço "salgado". Mas é por causa de sua essência que o 911 se destaca entre tantos concorrentes de números imponentes: a história do modelo se mistura com a do automóvel.
O carro ostenta um desenho inovador, que atravessa gerações desde 1963 sem perder o traçado original. A fórmula “mágica” da Porsche para a nova geração foi modernizar o carro sem jamais abrir mão das linhas criadas em 1962 pelo designer Ferdinand Alexander Porsche, mais conhecido como "Butzi", filho de Ferry Porsche e neto de Ferdinand Porsche, o criador do Fusca. Com um desenho tão diferenciado, o modelo marcou gerações: das que sonharam com o carro pilotado por Steve McQueen, no filme LeMans da década de 1970, passando pelas cartas do Supertrunfo, na década de 1980, até as que hoje se divertem por horas na série de games de corrida “Need For Speed”.

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Por se tratar de um segmento de nicho que, aliás, não escapou do aumento do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI), a importadora oficial da marca, a Sttutgart Sportcar, pretende vender no mercado brasileiro 50 unidades da versão cupê e 15 da conversível neste ano. O menos potente 911 Carrera — com motor boxer 3.4 com 350 cavalos de potência — só chega por aqui no último trimestre.
Os dois minúsculos porta-malas também não trazem vantagem ao carro. Tudo bem que a proposta deste tipo de modelo não é levar a família inteira para longas viagens, mas um carro desses pede uma estrada. O porta-malas dianteiro comporta apenas 135 litros e o traseiro, 205. Bolsa de muita mulher mal cabe nesse espaço.G1 se propõe a listar as principais qualidades e, por que não, defeitos do modelo esportivo. Embora pareça difícil, o Porsche tem pontos negativos. A começar pelo preço. No Brasil, o modelo está disponível, por enquanto, apenas na configuração top “S”, nas opções Coupé (com teto solar automático), que sai por R$ 639.000, e Cabriolet (conversível), a R$ 699.000. No Estados Unidos, por exemplo, a versão conversível começa em US$ 108 mil ou cerca de R$ 190 mil.

Pedal sensível
Mesmo assim, detalhes diante do pedal sensível que comanda o moderno motor boxer (seis cilindros contrapostos horizontalmente, três a três) 3.8 com 400 cv a 7.400 rpm e 44,8 kgfm de torque a 5.600 rpm. Equipada com câmbio PDK de sete marchas de dupla embreagem, a máquina pode chegar a 302 km/h de velocidade máxima e acelerar de 0 a 100 km/h em 4,3 segundos (ou 4,1s, nas unidades equipadas com o pacote Chrono, recurso para amplificar a esportividade ao volante). Em outros mercados, o modelo também é oferecido com câmbio mecânico.

O G1 acelerou o 911 Carrera S Coupé na pista da Fazenda Capoava, no interior de São Paulo, para avaliar as mudanças no carro, com a oportunidade de "afundar com gosto" o pé no acelerador (a Porsche não disponibilizou a pção Cabriolet para avaliação). O 911 puxa forte com um pequeno movimento do pé. Isso exige habilidade de quem o dirige, especialmente para não exagerar nas saídas das curvas.
Por outro lado, pisar fundo significa, literalmente, grudar no banco. A arrancada do carro é divertidíssima. Ele passa total segurança a quem o dirige, ou melhor, pilota. A ergonomia contribui muito para isso, mesmo com a posição do assento bem baixa. Existem cinco botões de ajuste elétrico no banco — altura, encosto, distância para o volante, pernas e lombar. O volante também tem ajuste elétrico, de altura e de profundidade. Acertar a postura para aproveitar ao máximo a visibilidade disponível do carro é fácil.
O esportivo conta com quatro modos de direção: manual, em que você pode trocar as marchas “na mão” pelo câmbio ou por paddle-shifts no volante; automático “normal” — que compensa bem mais do que as trocas manuais, porque o PDK faz mudanças precisas de marchas e quase imperceptíveis —; “Sport”, acionado por um botão, deixa a suspensão um pouco mais dura, os giros sobem mais rapidamente e as trocas de marcha ficam ainda mais “espertas”; e a “Sport Plus”, que explora o potencial máximo do carro. Esta última, a mais divertida, dá um tom de modelo de corrida. Mesmo assim, "brincar" somente com a versão “Sport” já proporciona uma emoção a mais.

Principais mudanças
Entre as mudanças da sétima geração estão a distância entre-eixos 100 milímetros maior, para melhorar a estabilidade do carro. Consequentemente, isso garante maior espaço interno para os passageiros. Com a nova plataforma, que é exclusiva para o modelo, o peso do veículo foi reduzido em até 45 kg, dependendo da versão. Isso permite com que o carro fique mais rápido e consuma menos combustível. A versão Carrera S com câmbio automático faz 11,4 km/l, segundo a Porsche. O que pode ser considerado bem ecológico para um automóvel como este.
A mudança na estrutura também deixou o centro gravitacional mais baixo. Para completar, a suspensão foi completamente refeita e apresenta inúmeros componentes reformulados, o que melhora muito a dinâmica de direção. Na prática, quem dirige tem mais facilidade para fazer as manobras e sente nitidamente a estabilidade do carro, embora ele seja um pouco arisco nas curvas. Sentir a traseira puxar ou sendo controlada pelo sistema de estabilidade será algo corriqueiro se a intenção for correr de verdade.

Para frear, a Porsche equipou o carro com duplo circuito independente de freios (dianteiro e traseiro); PSM (gerenciamento de estabilidade); servofreio a vácuo; ABS; e freio de estacionamento automático elétrico. O superesportivo vem ainda com airbags de duplo estágio, laterais e de joelho para motorista e passageiro. Pela primeira vez, o modelo tem volante com assistência elétrica.

Por que não apenas passear?
Quem não faz questão de se meter a piloto, — até porque no Brasil é preciso ter ou alugar uma pista particular para se divertir de verdade — pode curtir tranquilamente as poucas estradas brasileiras com condição de receber uma máquina dessas. Passear com o 911 é tão bom quanto correr com ele.
O interior ganhou acabamento derivado do Porsche Carrera GT. Apesar de esportivo, é tão clássico quanto as linhas externas, com elementos charmosos como o relógio analógico no console central e uma discreta tela LCD posicionada acima de um ar-condicionado digital ainda mais “escondido”. Aqueles que preferem um tom mais ousado ao acabamento interno, como o do Audi R8, pode colocar o quesito na lista de "defeitos", junto com o preço e o porta-malas.
Conclusão
A sétima geração do 911 mantém a tradição do modelo pelo charme. As tecnologias mais modernas dão nova vida ao carro e muito mais emoção à arte de dirigir. O bom é que a Porsche não se esqueceu dos mais nostálgicos. Graças ainda à tecnologia, ela tem um departamento específico para deixar o ronco do moderníssimo motor boxer semelhante ao do primeiro propulsor que equipou o carro, projetado em uma “era” de máquinas refrigeradas a ar.

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