Uma nova página, e desta vez decisiva, vai marcar a história do brutal assassinato da jovem estudante Giovanna Tenório, com a audiência de instrução onde o juiz Maurício Brêda irá ouvir o depoimento da principal acusada do crime: Mirella Granconatto. Além dela, a expectativa é para uma amiga de Giovanna, conhecida como ‘Manu’, também seja ouvida pelo magistrado, na audiência marcada para esta segunda-feira (23), as 13h30, no Fórum do Barro Duro, em Maceió.
Maurício Brêda está à frente da 8ª Vara Criminal da Capital, para onde o processo foi encaminhado. A primeira audiência aconteceu em janeiro deste ano, quando testemunhas foram ouvidas pelo juiz. No entanto, a principal acusada do crime – e denunciada pelo Ministério Público – não foi ouvida, após ter passado mal.
Além da expectativa em torno de Granconato, outra peça fundamental no processo, segundo a defesa, é a amiga de Giovanna, Meiry Emanuella de Oliveira Vasconcelos. Ela foi citada por várias testemunhas como sendo a pessoa que utilizava o celular da estudante para comprar drogas com traficantes.
Em várias entrevistas concedidas ao CadaMinuto, Raimundo Palmeira, advogado de defesa de Mirella Granconato, este será um depoimento importante para o processo e poderá comprar que sua cliente não tem participação alguma no brutal assassinato. “Existem várias falhas no processo e temos a certeza de que minha cliente será inocentada. Mirella não tinha motivos para praticar o crime”.
Apesar do que vem sendo dito pela defesa, o Ministério Público acredita que a Justiça decida que Mirella vá a Júri Popular. O caso está sendo acompanhado pelo promotor Flávio Gomes de Barros.
Mirella Granconato segue detida no Presídio Feminino Santa Luzia. Além dela, outras duas pessoas foram investigadas por participação no crime: o marido dela, Toni Bandeira, e o caminhoneiro, Luiz Alberto Bernardino, este denunciado também pelo MP, mas que segue em liberdade.
Crime passional: Giovanna é encontrada morta em canavial
Giovanna Tenório foi encontrada morta em junho de 2011, em estado de decomposição avançado, num canavial, no município de Rio Largo. O corpo da estudante estava enrolado em um lençol e apresentava sinais de violência nas costas. Os peritos também encontraram um cordão de nylon no pescoço. A universitária estava com os mesmos trajes que usava quando desapareceu.
Antônio Bandeira e a mulher, Mirella Granconato tiveram seus nomes relacionados ao rapto e morte da estudante. Giovanna já manteve um caso amoroso com o empresário que havia negado que era casado. Tudo foi descoberto em uma festa em uma boate noturna de Maceió, onde Tony estava na companhia da mulher que flagrou um suposto encontro entre ele - o marido, e Giovanna.
As duas teriam discutido bastante e chegaram a trocar empurrões. Dias após, Mirella chegou a ameaçar por telefone a ex-amante do marido, que manteve alguns encontros com Tony às escondidas, conforme relatos de amigos da estudante.
No dia que a jovem desapareceu, ela teria avisado a família, antes de sair de casa, que não retornaria para almoçar. Giovanna passou a manhã participando do estágio do curso que era matriculada, no Cesmac. O estágio acontecia no Dique Estrada, região Sul de Maceió.
A retornar do estágio Giovanna teria falado a amigas que ia almoçar com um 'amigo' em um restaurante localizado próximo da agência do Banco do Brasil da Avenida Thomaz Espíndola, no bairro do Farol.
Amigas de Giovanna alegam que a estudante não falou o nome do 'amigo', mas demonstrava muita alegria. Foi esse 'amigo' que teria telefonado para ela pedindo para se apressar, pois já estava aguardando a moça. Este foi o último dia que amigos e parentes viram Giovanna com vida.
As investigações foram acompanhadas pelo Grupo Estadual de Combate ao Crime Organizado (Gecoc), do Ministério Público Estadual e juízes da 17ª Vara de Maceió, responsável pelas investigações de crimes praticados por grupos organizados.
Tony e a mulher alegam, em suas defesas, inocência na participação desse caso. Os dois chegaram a confirmar um relacionamento dele com a estudante morta e as brigas de Mirella com Giovanna.
O rapaz e um caminhoneiro, que estava com o celular de Giovanna, chegaram a ser presos pelo crime, assim como Mirella Granconatto. Os dois primeiros conseguiram liberdade, mas Mirella segue presa e já teve vários habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas.