Por conta da seca, pecuaristas da BA vendem gado abaixo do preço normal

15/04/2012 18:27 - Economia
Por Redação

A seca se agrava em boa parte dos territórios baianos. Em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador, os animais estão morrendo de sede e por isso os pecuaristas estão vendendo gado abaixo do preço. Na zona rural começa a faltar água para as pessoas beberem. Foi decretado estado de emergência no município pela terceira vez consecutiva.

O agricultor Esdras Figueiredo mora na comunidade no distrito de Bonfim de Feira, zona rural de Feira de Santana. Na localidade o agricultor plantou de tudo um pouco, mas sem chuvas não há expectativa de boas colheitas.

“A situação é bastante difícil”, ele conta. Ele diz ainda que, se perder tudo o que plantou, ele e a família podem passar fome. “Não tem como buscar alimentação”, garante o agricultor.

A situação tem se agravado no município nas últimas semanas. A última chuva forte aconteceu em outubro de 2011. Em janeiro choveu 110 milímetros dentro da média. Este mês choveu três milímetros. Com isso as plantações estão se perdendo. Os reservatórios estão secando.

Na comunidade de Caroá, as mulheres estão utilizando a água que restou de um barreiro para lavar roupa e tomar banho. “Nós estamos passando sede. O sol é muito quente e os bichos estão todos com fome e com sede e não tem como criarmos. Para beber estou pegando água na vizinha, mas o tanque dela já está secando”, disse a lavadora Maura Pinto.

A falta de chuva está levando embora as passagens. Em vez de capim, o gado está sobrevivendo com palha. Abaixo da ponte, passavam as águas do Rio Verde. No lugar onde havia o espelho d’água hoje é visto um caminho de pedras. Sem água e sem comida o gado acaba morrendo na beira do rio.

As carcaças se espalham nas pequenas comunidades. No campo do gado, muitas ofertas de animais, porque os criadores querem vender o boi antes que eles percam mais peso e valor. A arroba está caindo de preço. “Esse boi é de primeira linha e o preço é baratinho. O preço é de boi gordo”, diz o pecuarista Edmar Brandão. Ele conta que levou para venda 73 animais, já que acabou a água e o capim e ele precisa vender.
 

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