Quem circula pelas ruas do Centro em Maceió durante o dia, não imagina a calmaria logo após o fechamento dos estabelecimentos comerciais.
Porém essa tranquilidade não vem sendo enfrentada de forma pacífica pelos trabalhadores que precisam circular pela área para pegar o ônibus, após as 19h. As ruas desertas e sem iluminação estão servindo de ponto de esconderijo para assaltantes e usuários de drogas, deixando a população assustada.
O CadaMinuto foi às ruas para ouvir vendedores e ambulantes. Para os transeuntes, os pontos mais arriscados para circulação no Centro são as ruas paralelas, principalmente nas proximidades da Praça Deodoro e do Pirulito.
“Nas ruas principais tem iluminação e policialmente. O maior problema hoje no Centro são os cheiras-cola e isso é impossível de controlar. Várias ruas próximas ao calçadão também não tem iluminação, o que dificulta o nosso acesso ao corredor de ônibus, onde a movimentação é intensa”, contou o vendedor Marx Correia de Lima.
Na tentativa de intimidar a ação de assaltantes, grupos de quatro a cinco mulheres são formados quando elas deixam a lojas para se dirigirem ao ponto de ônibus. “Se a pessoa não andar em grupos quando as lojas fecham corre o risco de ser assaltada, principalmente nos locais onde eles (assaltantes) sabem sobre a nossa movimentação”, disse uma vendedora, que preferiu não se identificar.
Marx Correia ressaltou que com o reforço do policialmente e a segurança particular no calçadão do comércio houve uma diminuição dos arrombamentos de lojas. “Isso para os lojistas foi bom, mas para nós não. Depois das 19h a segurança da PM fica comprometida”, afirmou.
O proprietário de um churrasquinho no Centro relatou que trabalha no local há mais de 10 anos, mas nunca presenciou nenhum assalto ou tumulto.
“Fico aqui até o último cliente ir embora. A movimentação desses churrasquinhos é do pessoal que espera o trânsito ficar calmo para poder pegar o ônibus. Durante todo esse tempo que estou aqui, graças a Deus nunca fui assaltado. Já houve em outros churrasquinhos que já foram roubados, mas isso durante a madrugada”, afirmou.
A reportagem ouviu o comandante do policiamento da capital, coronel Gilmar Batinga, que explicou que o sistema de segurança na área do Centro até as 18 horas é feito com duplas de militares e patrulhamento motorizado. Segundo Batinga, após as 19 horas, a segurança na região é composta por postos militares e viaturas tanto no Cento quanto no Mercado.