E os recordes vão caindo para ele: Lionel Messi. O já eleito melhor jogador do mundo pela terceira vez seguida na Fifa entrou para a história, nesta terça-feira, em partida pela 28ª rodada do Campeonato Espanhol, ao se tornar o maior artilheiro de todos os tempos do Barcelona --atual campeão do mundo e da Copa dos Campeões da Europa.

Messi precisava de um gol para igualar e dois para ultrapassar o ex-recordista, César "Pelucas" Rodríguez, centroavante do time entre os anos 1930 e 1950.

Pois anotou três.

Com a trinca do argentino (mais uma), o Barça nem atuou tão bem, mas venceu o Granada por 5 a 3, em casa, e diminuiu para cinco pontos a vantagem do Real Madrid na liderança do torneio. O rival, porém, tem um duelo a mais para cumprir na tabela.

O lateral direito brasileiro Daniel Alves também ficou marcado por duas assistências para o "hat trick" de Messi. Mas cometeu dois pênaltis e terminou expulso, já perto do final.

Nesta segunda, o Barcelona havia anunciado que Lionel Messi estava a apenas um gol de se tornar o maior artilheiro da história do clube em jogos oficiais --detalhe: contando amistosos, a marca pertence a Paulino Alcántara, com 369, entre 1912 e 1927.

A equipe catalã recontou e detectou um erro no número de tentos marcados por César. O novo estudo, feito em conjunto com o jornal "La Vanguardia", mostrou que Rodríguez anotou 232, e não 235 gols com a camisa azul e grená.

Agora, contudo, Messi chegou a 234. Sem margem para dúvida. Curiosamente, César atuava exatamente no Granada (adversário do dia) antes de se transferir para o Barça.

O primeiro de Messi aconteceu aos 16min do primeiro tempo, após o ponta esquerda Cuenca cruzar e a bola desviar na defesa. O atacante chutou de primeira, no cantinho do goleiro brasileiro Júlio César (ex-Botafogo e Benfica-POR). Ainda tocou na trave.

O segundo veio aos 22min da etapa final, quando recebeu belo lançamento de Daniel Alves, surgiu sozinho na cara de Júlio César e deu um singelo toque por cima do arqueiro, em lance que já está virando tradição dele. Apesar disso, o Granada reclamou bastante, já que Messi pareceu impedido na hora do passe do brasileiro.

O terceiro foi aos 40min, em jogada em que driblou o goleiro e finalizou para as redes.

A abertura do placar saiu dos pés do meio-campista Xavi, após passe de cabeça de Messi, logo aos 3min de jogo. O argentino depois aumentou, a parada dava a impressão de estar facilmente resolvida, porém o Granada --15º de 20 participantes no Espanhol-- surpreendeu, reagiu no começo do segundo tempo e chegou ao empate.

Primeiro, o zagueiro Mainz aproveitou cobrança de falta lateral e cabeceou para vencer Victor Valdés. Em seguida, o lateral esquerdo brasileiro Guilherme Siqueira (ex-Figueirense e Ipatinga) cobrou pênalti cometido por Daniel Alves.

O mesmo Siqueira repetiu a dose já nos acréscimos, em nova penalidade cometida por Daniel (desta vez por toque de mão), que recebeu cartão vermelho e saiu revoltado.

O quarto gol do Barcelona, antes de Messi decretar o resultado, ocorreu com o novato Tello, da divisão de base do clube, aos 36min do período complementar. Ele aproveitou rebote de Júlio Cesar, depois de finalização de Messi, para ampliar.

Tello estava no banco, onde o técnico Pep Guardiola também levou nomes como Iniesta, Pedro e Mascherano, com o objetivo de poupar algumas peças.

Em campo, além do lateral esquerdo brasileiro Adriano (frequentemente convocado por Mano Menezes), quem marcou presença foi o brasileiro naturalizado espanhol Thiago Alcântara, filho do ex-jogador Mazinho, tetra com a seleção em 1994.

Além do recorde, Messi alcançou os 54 gols gols na temporada --sua maior marca na carreira. E ultrapassou Cristiano Ronaldo na artilharia da competição: 34 contra 32.

O recorde de Messi foi chancelado pelo chamado Centro de Documentação e Estudios do FC Barcelona e teve direito a comemoração especial no placar eletrônico do Camp Nou.