Os médicos anestesistas irão paralisar as atividades em Alagoas nesta quarta-feira (14), em protesto aos valores pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas cirurgias eletivas no Estado, que não são reajustados há 15 anos.
Segundo o diretor da Cooperativa dos Anestesistas de Alagoas (Coopanest/AL) , Dário Braga, em Estados como Sergipe, Piauí e Rio Grande do Norte existe uma tabela de pagamento com valores maiores para procedimentos semelhantes aos realizados em Alagoas.
“Comunicamos, através de ofícios, a todas as autoridades do Estado sobre a paralisação. Os valores são pagos pelo Ministério da Saúde e as secretarias estadual e municipal de saúde. Em Alagoas, os anestesistas recebem apenas 10% do que é pago nesses Estados”, explicou ele.
Ele lamentou ainda, que desde o final de setembro, a categoria tenta uma negociação com os gestores de saúde do Estado e Município. Braga afirmou que os anestesistas estão abertos ao diálogo.
“Chegamos ao fundo do poço, pois não existe canal de negociação. Tivemos uma reunião com o Adeilson Loureiro, que é secretario do município. Estávamos em um grupo de 12 anestesistas, ele se irritou e disse que podíamos fazer greve, que não teria reajuste”, contou.
30% dos serviços
Segundo Dário Braga, os profissionais vão garantir 30% dos atendimentos no Hospital Universitário, Hospital Geral do Estado e Maternidade Santa Mônica. Ele explicou que a paralisação é apoiada pelo Conselho Regional de Medicina (Cremal) e Sindicato dos Médicos (Sinmed).
“Na Santa Mônica as cesarianas serão mantidas, embora o governo esteja insensível às nossas reivindicações. Queremos dignidade. A paralisação é por tempo indeterminado”, reforçou.