Polícia vai ouvir testemunhas sobre suspeita de agressão na Vila Cruzeiro

12/03/2012 17:20 - Brasil/Mundo
Por Redação

A Polícia Civil começa a ouvir nesta segunda-feira (12) testemunhas sobre uma suspeita de agressão na Vila Cruzeiro, na Penha, Zona Norte do Rio. A denúncia foi feita por um morador e envolve militares da Força de Pacificação.

“Me algemaram, me botaram na viatura, pisaram no meu rosto e me levaram pra traz do mato, me algemaram na árvore. Algemaram e começaram a me agredir”, contou o homem.

O morador disse ainda que foi levado para o Hospital Getúlio Vargas, também na Penha, onde os médicos descobriram que ele tinha quebrado o braço direito.

No domingo (11), ele prestou depoimento na 22ª DP (Penha). O Exército informou que vai abrir um inquérito para esclarecer a denúncia. Para o comando das Forças de Pacificação, essa é a denúncia mais grave desde a ocupação nos conjuntos de favelas do Alemão e da Penha.

Ataque a militares no sábado
O Exército também vai investigar o ataque a militares da Força de Pacificação da Vila Cruzeiro, no sábado (10), minutos antes do visita do príncipe Harry à comunidade. Dois homens foram detidos por lesão corporal e uma mulher por desacato.

A Força de Pacificação informou que os ataques ocorreram em cinco pontos diferentes da favela, entre 13h30 e 13h45. O príncipe Harry chegou ao Alemão por volta das 14h. Segundo os moradores, a confusão teria começado após um acidente entre duas motos.

“Eu acho que a gente precisa apurar. O que a minha tropa me reportou foi que houve um acidente de moto aqui, uma revista normal de motociclistas, como já houve em outros episódios parecidos, e aí a tropa tentou ajudar os motociclistas e houve uma grande confusão depois disso”, explicou o comandante das Forças de Pacificação, Tomás Ribeiro Miguel Paiva.

Para o coronel Fernando Fantazzini, relações-públicas da Força de Pacificação da Vila Cruzeiro, a ação foi orquestrada por criminosos. “É muita coincidência, cinco patrulhas em diferentes pontos serem agredidas ao mesmo tempo”, argumentou Fantazzini.

“Começou a haver uma série de ataques em diferentes áreas, coincidentemente no mesmo horário que está havendo o evento do príncipe no Complexo do Alemão. Nunca tivemos um episódio parecido como esse, ainda mais nesse horário, no histórico da Força de Pacificação", observou o comandante Tomás Paiva.

Segundo Fantazzini, o patrulhamento na Vila Cruzeiro era feito por militares a pé em becos e vielas. Após serem atacados, os militares revidaram com tiros de borracha.

O coronel Fernando Fantazzini disse que os detidos foram levados para a delegacia militar, situada na Vila Cruzeiro. Os detidos – dois homens e uma mulher – serão indiciados por lesão corporal, tentativa de agressão e desacato à autoridade.

Após a confusão, a segurança na Vila Cruzeiro foi reforçada por motos e caminhões do Exército. No final de fevereiro, foi anunciada a instalação de duas bases da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no fim deste mês no Conjunto de Favelas do Alemão.

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