Dezesseis pessoas trancadas em uma casa. Uma eliminação por semana. Um vencedor ao final da temporada. A receita já é tradicional para o telespectador brasileiro. No entanto, a chegada do The Ultimate Fighter mudará parte do conceito da população nacional sobre um reality show. Uma casa repleta de lutadores, que brigarão por um contrato com o Ultimate Fighting Championship, marca a mais nova investida da empresa comandada pelos irmãos Fertitta em solo nacional.

Com o início da exibição do primeiro reality show oficial do UFC no Brasil marcado para o dia 25 de março, o programa teve na 14ª edição, encerrada em dezembro do ano passado, o amazonense Diego Brandão. Ele venceu a disputa entre os pesos penas, deixou o anonimato e se tornou um candidato a possível próxima estrela do País dentro do evento de lutas mais popular do planeta.

Além de ganhar um troféu, Diego assinou um contrato com a organização de lutas, com a promessa de figurar nos principais eventos, em virtude do status adquirido pela vitória no reality show. Contudo, para chegar a tal posto, o brasileiro sofreu; especialmente fora do octógono. O amazonense relatou, durante conversa no treinamento aberto para o UFC 142, no Rio de Janeiro, ter sofrido uma espécie de "bullying" dos adversários americanos.

"Os gringos são otários às vezes, mas eles não tinham a noção do perigo. Às vezes tiravam onda, chegaram até a vomitar perto da minha cama. Eles faziam isso de propósito, me acordavam às 2h, todos bebendo, e sabiam que não gostava disso, que ficava com raiva", contou Diego, que "guardava" a raiva para os confrontos do reality.

"Aí o que eu fazia: salvava tudo na minha memória, e na luta 'matava'. Quando eu fico com raiva, viro o Hulk, não tem o Hulk (herói dos quadrinhos da Marvel)? Bateu no Hulk, ele cresce e vira verde. Sou tipo eu na luta: fico calado, não me esqueço do que fazem. Durmo, fecho os olhos, penso no adversário e vou para cima", complementou.

A vitória na categoria dos penas do reality show ocorreu após finalização, no primeiro round, sobre Dennis Bermudez, que registrou o 14º triunfo do brasileiro em 21 lutas na carreira profissional. Embora com certa experiência, o resultado positivo dentro do programa do Ultimate Fighting Championship rendeu o sonho de Diego Brandão: a casa própria para a mãe.

"A mamãe agora tá de casa nova, voltei e ela não paga mais aluguel. Ela chorou muito, a 'bicha' quase morre. Fiquei muito emocionado. Meu pai morreu e disse para eu dar a casa para a minha mãe", relembrou o brasileiro, que quer decorar a nova residência com um presente especial. "Agora tenho que trazer o cinturão para deixar em casa".