Os oito acusados de participarem do esquema que desviou cerca de R$ 300 milhões dos cofres públicos, sendo presos na operação “Espectro” na última terça-feira (06), tiveram a prisão temporária prorrogada por mais cinco dias. O pedido de pororrogação foi feito pelo Grupo de Combate a Organizações Criminosas (Gecoc), através do promotor Luis Vasconcelos, que pediu mais tempo para proceder com os depoimentos nesta primeira fase de investigações.

De acordo com o promotor, a prorrogação das prisões servirá para acelerar as investigações e juntamente com a análise dos documentos, encaminhar a investigação para um segundo momento. “Pedimos essa prorrogação das prisões para termos depoimentos completos e que sirvam de fato para a investigação. Mas, ao ponto que os acusados ajudarem, poderão ser liberados”, afirmou.

Sobre a possibilidade de prisão imediata de algum gestor público, Luis Vasconcelos negou qualquer tipo de ação nesse sentido. “Não existe essa possibilidade nesse momento. Depois dos depoimentos e análises de documentos, nós iremos analisar que emitia as notas, quem vendia, quem comprava e aí sim chegaremos aos nomes”, ressaltou.

De acordo com o Gecoc, uma ordem está sendo seguida nas investigações. Foram cinco anos de investigações e após a operação, será respeitada uma sequencia de notas fiscais, empresas, empresários, laranjas e portadores.

Os depoimentos devem ser encerrados na próxima semana, quando também se expira a prorrogação das prisões e alguns acusados já devem estar soltos. Questionado sobre prazos para novas prisões, depoimentos e por fim, conclusão das investigações, o promotor do Gecoc foi taxativo.

“Todo processo precisa de celeridade, mas é preciso ter muita calma e tranqüilidade durante uma investigação como essa, que envolveu muitas pessoas, muito dinheiro e teve grande repercussão. Não podemos acelerar o processo pensando em dar respostas e cometer injustiças”, finalizou.

A OPERAÇÃO

Dezessete mandados de prisão e 34 de busca e apreensão, expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, são cumpridos, na última terça-feira, numa mega operação deflagrada em conjunto pelo Grupo Estadual de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público de Alagoas, Coordenadoria de Inteligência Fiscal da Secretaria Estadual da Fazenda, Polícia Militar, Polícia Civil e Força Nacional.

O alvo da operação são pessoas acusadas de desviar R$ 300 milhões da Secretaria de Estado da Defesa Social (SEDS). Segundo o MP, as investigações descobriram diversas fraudes em processos licitatórios, além de documentos falsificados e notas fiscais superfaturadas. O rombo milionário pode ultrapassar os R$ 300 milhões. A operação recebeu o nome de "Espectro".

Algumas destas licitações eram realizadas em sua maioria pela Secretaria de Defesa Social do Estado, outras na Secretaria de Estado da Saúde e na prefeitura de Marechal Deodoro.