Síria passa por 'massacre indiscriminado', diz fotógrafo inglês

03/03/2012 06:15 - Brasil/Mundo
Por Redação

O fotógrafo inglês Paul Conroy, 47, ferido em um bombardeio na cidade de Homs, na Síria, afirmou nesta sexta-feira que os ataques contra o bairro de Baba Amro são "um massacre indiscriminado", em entrevista à emissora de televisão britânica Sky News.

Conroy, que foi resgatado por ativistas na última terça (29), foi atingido em ataque das forças de segurança do ditador Bashar al Assad no último dia 22. "Já trabalhei em muitas zonas de guerra e nunca vi ou estive em bombardeios como esses. Eram sistemáticos".

O jornalista descreveu a situação humanitária da região como "uma catástrofe".

"Continuam existindo milhares de pessoas em Homs, morando em meio a ruínas, seis crianças por cama, quartos cheios de gente esperando para morrer. Não veem nenhum alívio, nada, só esperar o momento que entrem os soldados ou que a bomba passe pela porta".

Sobre os ferimentos que sofreu, Conroy disse que "se sentia surpreendentemente bem", apesar de ter furos grandes na perna e de terem tirado uma bala de um fuzil 7.62 das costas, que não sabia da existência. Ele está internado em um hospital no Reino Unido, que não foi identificado na reportagem.RESGATE

O inglês foi um dos quatro jornalistas feridos em um bombardeio na cidade de Homs, em 22 de fevereiro. Na ação, a repórter americana Marie Colvin e o fotógrafo francês Rémi Ochlik, que colaboravam para o jornal inglês "Sunday Times", morreram.

O CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) informou nesta sexta que está com os restos mortais de Ochlik e Colvin. Na quinta, ativistas publicaram em vídeo o enterro dos dois em um cemitério de Baba Amro.

Ainda hoje, os jornalistas franceses Edith Bouvier e William Daniels chegaram à França após serem resgatados por rebeldes sírios, que os levaram para a fronteira com o Líbano na quinta, onde ficaram sob observação em um hospital de Beirute, antes de embarcar pra França.

Na quarta (29), o jornalista espanhol Javier Espinosa, do jornal "El Mundo", conseguiu chegar ao Líbano após ter saído de Homs, onde foi ferido.

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