O casal Mailton Alves Albuquerque, 35 anos, e Wilson Alves Albuquerque, 40, juntos há 15 anos, conseguiu adotar um bebê, em Recife, amparado pela decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu, por unanimidade, como união estável ou entidade familiar a união homoafetiva.

Em 2006 aconteceu a primeira adoção por homossexuais no Brasil. Theodora, hoje com 9 anos, foi adotada por Dorival Pereira de Carvalho Júnior, 47 anos, e Vasco Pedro da Gama, 38, de Catanduva (SP). Em Alagoas a realização de dois casamentos entre pessoas do mesmo sexo também pode abrir precedentes para esse tipo de adoção.

O juiz Wlademir Paes Lira, que celebrou as uniões no final do ano passado, disse não saber de casais homossexuais habilitados para adoção no Estado, mas afirmou que inserir uma criança em uma família é melhor do que deixá-la abandonada, em um abrigo. Para ele, a adoção vai além de alguns preceitos morais.

“Muitos homossexuais têm filhos de outros relacionamentos, antes de assumirem sua orientação sexual. Tem também casos em que o homem ou a mulher adotam e o companheiro ou companheira acabam ajudando a criar. A conduta moral vai da pessoa. A criança precisa é ter pais ou mães presentes”, ressaltou.

Para ele, é hipocrisia afirmar que uma criança não se adaptaria vivendo com um casal homossexual. “É melhor ter dois pais ou duas mães do que não ter ninguém. Será que uma criança que vive em um abrigo vai ter menos problemas do que uma criada por casal homossexual?Muitas também são criadas só pelo pai ou só pela mãe”, afirmou.