Co-proprietário da KV Racing, equipe pela qual Rubens Barrichello competirá na Fórmula Indy em 2012, Jimmy Vasser não é um chefe comum. Enquanto o brasileiro e seu novo companheiro de time, Tony Kanaan, concediam entrevista coletiva em São Paulo, nesta quinta-feira, para anunciar o acerto com a escuderia, Vasser ouvia atentamente e às vezes interrompia e fazia piadas.

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Algumas brincadeiras vinham atrasadas, é verdade. Quando Rubinho disse, em tom de brincadeira, que tentaria comprar o número 11 usado no carro de Kanaan, Vasser afirmou, alguns segundos depois, que antes precisaria ser consultado sobre a negociação. O atraso era devido ao tempo gasto até a tradução simultânea chegar aos ouvidos do dirigente, que usava fones de ouvido. Apesar disso, os cerca de 40 jornalistas presentes no evento caíram na risada.

Muito do bom humor de Vasser se explica pela contratação de Barrichello. Conforme conta em entrevista exclusiva ao Terra, o americano nascido em Canoga Park, perto de Los Angeles, na Califórnia, acredita que seu novo trio de pilotos possa levar a KV a quebrar o domínio da Chip Ganassi, atual tetracampeã da Indy - três títulos com o escocês Dario Franchitti, um com o australiano Scott Dixon.

O diretor, 46 anos, que venceu a Champ Car em 1996 a bordo justamente da Ganassi, é chefe de equipe desde 2004, época em que ainda competia na Indy. Metade da sigla KV vem de seu sobrenome - a outra vem do empresário australiano Kevin Kalkhoven, também co-proprietário que esteve em São Paulo nesta quinta.

Depois da conferência de imprensa com jornalistas brasileiros, Vasser e os pilotos participaram de mais uma, esta por telefone, com repórteres americanos. Cada qual durou cerca de 40 minutos, e o ex-piloto se mostrava cansado na hora de atender a reportagem do Terra - ele aterrissara no Brasil no mesmo dia e encarara trânsito até chegar ao Brooklin, local do evento, na zona sul da capital paulista.

Ainda assim, o entusiasmo estava estampado em seu rosto ao falar sobre Barrichello, cuja carreira na Fórmula 1 Vasser admira bastante - a despeito da polêmica passagem pela Ferrari entre 2000 e 2005, quando o americano considera que o brasileiro era "claramente" um segundo piloto na comparação com Michael Schumacher. Quanto a isso, porém, o dono da KV já tranquiliza os fãs: "(na Indy) é o máximo de igualdade que podemos ter".