O homem que rasgou as notas do carnaval de São Paulo disse nesta quinta-feira (1º) que comprou, no Sambódromo do Anhembi, a pulseira de acesso a área restrita aos diretores das escolas de samba de São Paulo durante a apuração. Em entrevista ao jornalista César Tralli exibida no Jornal da Globo, Tiago Faria nega ter participado de uma ação orquestrada para destruir a apuração do carnaval paulistano. Ele afirmou que o que o levou a invadir o local onde as notas eram lidas “foi a indignação”.

O rapaz revelou ainda que comprou a pulseira para entrar na área reservada aos diretores das escolas de samba e admitiu que errou ao interferir na apuração. “Sei que eu errei. Vou pagar pelo que eu fiz”, disse.

Leia a entrevista concedida ao Jornal da Globo

Jornal da Globo: Você foi designado a cumprir a missão de destruir o carnaval de São Paulo?

Tiago: Não me julgando inteligente, mas eu teria que ser um pouco mais burro para eu ter isso na minha cabeça e estar com um boné da escola, com camiseta da escola. Na verdade o que manifestou ali em mim foi a indignação mesmo, foi aquela troca de jurados dois dias antes.

JG: Você comprou essa pulseira no Sambódromo?

Tiago: Na frente do Sambódromo. Quando eu cheguei lá, estava com a camiseta da escola, com boné da escola, pedi para sentar lá. Me senti meio deslocado. Eu tenho noção de que a escola foi prejudicada, que a imagem da escola foi prejudicada, mas isso serviu para o carnaval, mesmo que tenha denegrido a imagem do carnaval de São Paulo. O que eu queria era mais seriedade.

JG: Você foi indiciado por supressão de documentos e por dano ao patrimônio público. Você está pronto para responder por esses dois crimes?

Tiago: Eu não danifiquei nada. Acho que dano ao patrimônio eu não consigo aceitar porque não foi isso que eu fiz. A supressão de documentos eu estou à disposição da Justiça. Sei que eu errei, vou pagar pelo que eu fiz. Tenho que aguardar a minha pena.