"Aumento da passagem contribuirá com caos no trânsito de Maceió"

01/03/2012 02:30 - Maceió
Por Redação
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O aumento da passagem de ônibus em Maceió, que passou de R$ 2,10 para R$ 2,30, continua gerando contestações, tanto por parte de estudantes e demais usuários do transporte coletivo quanto de entidades como a Central Única dos Trabalhadores (CUT). A polêmica gira em torno das más condições do serviço e tempo de espera nas paradas.

A superintendente da Associação dos Transportadores de Passageiros do Estado de Alagoas (Transpal), Ana Lúcia afirmou que o preço ideal da passagem seria R$ 2,49, devido à defasagem da tarifa atual e manutenção dos veículos. Mas, o cálculo para reajuste deve levar em consideração o Índice de Pessoas Transportadas por Km.

É o que explica o especialista em transporte, Antônio Facchinetti, que também é membro-fundador da Associação Alagoana de ciclismo e professor de engenharia civil da Ufal. Segundo ele, quanto maior a quantidade de passageiros, maior o lucro para os empresários daquela linha.

“Esse índice é muito importante. Não posso questionar o valor da passagem imposto pela Transpal, para isso, seria necessário fazer uma planilha de custos, também para saber se o valor de R$ 2,10 era justo. Pelo que vi, o valor de R$ 2,49 levaria em consideração a inflação, mas por que a justiça concedeu um reajuste menor?”, disse.

Facchinetti ressaltou a falta de qualidade, conforto e segurança que os usuários de transporte coletivo precisam enfrentar em Maceió, visto que a prefeitura informou que um reajuste nas passagens só seria concedido após a realização da licitação, que deveria ter ocorrido em 2010.

“Tem todos esses problemas, sem falar nos horários. É uma bola de neve. A SMTT é que deve ter esse estudo com os custos do transporte coletivo na capital. Em Recife a passagem é mais barata, existe a integração com o metrô e as distâncias ficam menores, o que acarreta nos baixos custos com manutenção. Mais pessoas são transportadas”, esclareceu.

Falta infraestrutura

Antônio Facchinetti destacou a falta de infraestrutura para comportar a quantidade de veículos circulando em Maceió. Para o especialista, muitas pessoas têm optado em andar de carro particular ou até mesmo de bicicleta, devido aos engarrafamentos e preço da passagem de ônibus.

“Todo mundo quer andar de carro. Se ocorre um acidente, a via é fechada e já começa um congestionamento. A prefeitura não tem feito nada para melhorar o trânsito a médio e longo prazo e só adota medidas emergenciais. Não existe corredor de ônibus. A saída é fechar as vias transversais e quem quiser passar tem que esperar no semáforo”, afirmou.

Ainda segundo ele, em Maceió, devido a esses transtornos, as pessoas estão perdendo a “cultura” de utilizar os veículos de massa.

“Aqui não existe a cultura do metrô, como em São Paulo, onde as pessoas deixam os carros em casa porque sabe que chegarão mais rápido no destino. O trabalhador que não pode pagar anda de bicicleta em Maceió e ainda chega mais rápido. Pela manhã há engarrafamento, a partir das 17h também e as pessoas correm o risco de se atrasar”, ressaltou.

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