Na sessão da Assembleia Legislativa da tarde desta terça-feira 28), o deputado João Henrique Caldas propôs a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o crime organizado em Alagoas. De acordo com JHC, a proposta foi motivada pelos altos índices de criminalidade no estado. O deputado citou casos de violência e lembrou o suposto atentado do qual seriam vítimas Dudu Hollanda e Maurício Tavares.

João Henrique afirmou que o objetivo da CPI não é dar uma conotação política à comissão e sim ajudar na investigação da criminalidade. “Temos a prerrogativa para isso, vamos seguir as limitações e faremos o que puder se feito. A sociedade pede que a Assembleia se posicione em relação à questão da segurança pública”, disse.

O tema levantou interesse de outros parlamentares, que participaram do debate. Dudu Hollanda relatou o que aconteceu em dezembro do ano passado, quando foi avisado pela Polícia sobre a informação de que ele seria alvo de um atentado. Ele citou também que recebeu de um jornalista a cópia de um depoimento, cuja veracidade foi negada pela Polícia Federal de Pernambuco.

“Até hoje vivemos um clima de tensão. Diante de todos os fatos, não tive outra alternativa, revoguei minha licença médica e reavi meu mandato, não tem nada a ver com estratégia política”, colocou Dudu acrescentando que apoia a criação da CPI. “Não podemos admitir que a cultura da pistolagem continue em Alagoas”, complementou.

Dudu sugeriu que a CPI não tenha prazo para o final e se caracterize como uma comissão permanente na Assembleia.

Guerra de nervos

Marcelo Victor classificou o episódio da divulgação do suposto plano como “uma guerra de nervos”. Ele colocou que após a realização do trabalho das Polícias Civil e Federal em avisar aos parlamentares, o que aconteceram foram especulações políticas.

“A Polícia fez a parte dela, o que veio depois foi uma situação midiática. A Polícia foi ousada em ter avisado, eles preferiram avisar, eu defendo a Polícia. O papel (depoimento entregue ao Dudu) é falso”, afirmou.

Nelito Gomes de Barros e Olavo Calheiros também entraram na discussão e afirmaram que as Polícias precisam "esclarecer de vez" o que aconteceu desde que o suposto plano foi divulgado.