Capitania promete combater uso irregular de jet skis em praias

28/02/2012 02:32 - Maceió
Por Redação
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Casos de acidentes envolvendo Jet Skis têm se tornado frequentes, principalmente com o aumento de banhistas nas praias, por conta do verão. Recentemente, duas crianças morreram – uma em Ribeirão Pires e outra na Praia de Guaratuba, no Estado de São Paulo- vítimas de atropelamentos no mar.

Grazielly Almeida Lames, de 3 anos, foi atropelada por um Jet Ski no dia 18 de fevereiro. A mãe da menina, Cirleide Lames, contou que estava na praia de Guaratuba com a filha quando viu três pessoas levarem o Jet Sky até a água. Dois jovens subiram e aceleraram, quando a embarcação empinou e eles perderam o controle e caíram. O Jet Ski desgovernado atingiu a menina e outras pessoas.

Já Mitchell Guilherme Pereira de Carvalho, de 9 anos, estava na Prainha Tahiti, na Represa Billings, em Ribeirão Pires, no último domingo (26), em um bote junto com o primo, Maxwell Pereira da Silva, 14, que era puxado por um Jet Ski pilotado pelo pai de Mitchell, Antonio Edvan Moreria Carvalho, 40, que não é habilitado.

Antonio Edvan disse que o acidente foi causado por outro jet ski, que passou próximo ao bote e provocou uma onda. O bote foi de encontro ao pilar de sustentação de uma ponte na Rodovia Índio Tibiriçá, no qual Mitchell bateu a cabeça e veio a falecer.

Em Alagoas o comandante André Meire, da Capitania dos Portos, informou que são realizadas fiscalizações nas praias mais movimentadas do Estado, para evitar esse tipo de acidente. Ele disse que para pilotar qualquer embarcação, exceto veleiro para esporte, lazer ou competições, é preciso ter habilitação e ser maior de 18 anos.

“Nos caso de veleiro a criança só pode a partir de 8 anos de idade e precisa de autorização dos pais. Lanchas, Jet Skis e outros só podem ser pilotados por maiores de idade. Realizamos a operação verão, as fiscalizações acontecem principalmente nos finais de semana nas praias de Maragogi, Barra de São Miguel, Francês, Gunga entre outras. Nos dias de semana fazemos algumas inspeções”, informou o comandante.

Habilitação

Segundo o comandante, pessoas não habilitadas para pilotar Jet Ski ou qualquer outra embarcação e que estejam fazendo manobras que coloquem banhistas em risco, podem ser punidas. Há ainda, a possibilidade de realização do teste do bafômetro, assim como acontece nas estradas.

“Há casos em que apreendemos a embarcação e a habilitação por até 120 dias, mesmo sem registro de acidente. Se um pai coloca um filho de dois anos na sua frente, quando estiver pilotando um Jet Ski, entendemos que fez para preservar a criança, que não sabe que deve se segurar. Mas, é consciência de cada um. Agora, se um jovem habilitado colocar a namorada na frente, vamos entender que é ela quem está pilotando”, explicou.

Ele informou que houve mudanças nas regras para habilitação. Agora é necessário fazer provas teóricas e comprovar prática, tanto para pilotar Jet Ski quanto outra embarcação, regras que começam a valer em julho, para o mercado se adaptar.

“É preciso responder uma prova com 40 questões e acertar 50%. Em outubro também houve alterações na carteira, para evitar falsificações. Para pilotar Jet Ski tem que comprovar 4h de prática e as revendas e clubes náuticos já sabem disso. No caso de outra embarcação são 10h”, destacou o comandante.

Acidentes

Segundo ele, recentemente foram registrados alguns acidentes envolvendo Jet Skis no litoral alagoano. “Houve uma colisão entre dois Jet Skis e os condutores não eram habilitados. Este ano uma mulher foi abordada, acelerou e tentou fugir e acabou indo parar na areia e perdendo os sentidos”, contou.

O comandante Meire afirmou que a Capitania dos Portos não pode estar em todas as praias e para detectar irregularidades precisa da ajuda dos banhistas.

“Quando ocorre um acidente a culpa não é nossa e sim, de quem estava pilotando. Seria a mesma coisa que punir a PRF pelos acidentes de trânsito. Não temos como fiscalizar 250 km de litoral. Quem vê um Jet Ski ou qualquer embarcação que cause riscos aos banhistas deve nos comunicar, pois temos como identificar o proprietário”, explicou.

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