A presidente da escola de samba Rosas de Ouro, Angelina Basílio, prestava depoimento por volta das 11h desta segunda-feira (27) na Delegacia Especializada em Atendimento ao Turista (Deatur), no Centro de São Paulo, sobre a confusão ocorrida durante a apuração das notas do desfile do Grupo Especial do carnaval de São Paulo. Na última terça-feira (21), integrantes de escolas de samba invadiram uma área reservada durante a apuração e rasgaram envelopes com as notas dos jurados.

Também por volta das 11h, chegou à delegacia o presidente da Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo, Paulo Sérgio Ferreira, que também é presidente da Unidos de Vila Maria. Ele não deu declarações à imprensa.

Duas pessoas foram presas na confusão - o estudante Cauê Santos Ferreira, integrante da Gaviões da Fiel, sob acusação de ter destruído documentos e provocado danos no Anhembi, e o autônomo Tiago Ciro Tadeu Faria, 29, participante da Império da Casa Verde. Faria foi flagrado por câmeras de TV pulando um cercado e rasgando documentos. Ambos ficaram quatro dias presos, e deixaram a Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, após pagamento de fiança de R$ 12,4 mil fixada pela Justiça.

Por conta do tumulto de terça no Anhembi, a apuração foi paralisada e membros da Gaviões protagonizaram cenas de vandalismo. A Polícia Militar interveio. Um carro da Pérola Negra foi incendiado e a Delegacia Especializada de Assistência ao Turista (Deatur) procura os autores. Horas após a confusão, reunião entre os presidentes das escolas decidiu declarar a Mocidade Alegre, que liderava a disputa, campeã.

O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, da Deatur, investiga a suspeita de que a invasão no Anhembi tenha sido “combinada”, “orquestrada” e “ordenada” por dirigentes das agremiações. São investigadas as escolas Império da Casa Verde, Gaviões da Fiel, Camisa Verde e Branco, Vai-Vai, Pérola Negra e Tom Maior. Um diretor da Camisa foi indiciado pelos mesmos crimes atribuídos a Tiago e Cauê.