Strauss-Kahn é libertado sem ser acusado, mas voltará a depor à Justiça

23/02/2012 06:00 - Brasil/Mundo
Por Redação

O ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn foi colocado nesta quarta-feira em liberdade sem acusações após permanecer detido dois dias pela suposta relação com uma rede de prostituição.

Strauss-Kahn, de 62 anos, deverá voltar a depor nos próximos dias diante do juiz, que determinará se há indícios para processá-lo por cumplicidade em sua relação com uma rede de prostituição e desvio de fundos, crimes punidos com até 20 anos de prisão.

O ex-responsável do FMI chegou no começo da manhã da terça à Gendarmaria da cidade de Lille, ao norte da França, onde ficou detido por mais de 30 horas, incluindo a noite passada, que passou em um cela.

Strauss-Kahn foi interrogado por seus possíveis contatos com uma rede de prostituição que organizou festas das quais ele teria participado.

Os juízes libertaram o político, mas o convocaram para uma data posterior, quando voltará a ser interrogado e, eventualmente, decidirão se será processado pelos crimes dos quais é acusado.

A grande questão do caso está em determinar se Strauss-Kahn sabia que as mulheres que participavam dos eventos sexuais eram prostitutas, algo que o antigo responsável do FMI nega, da mesma forma que boa parte das testemunhas interrogadas até o momento, incluindo os oito processados na causa.

"Quando alguém te apresenta a uma amiga você não pergunta se ela é uma prostituta", afirmou o ex-diretor-gerente do FMI em sua biografia.

No entanto, segundo a revista "Le Point", os investigadores reuniram depoimentos de algumas prostitutas que duvidam que Strauss-Kahn desconhecesse o caráter profissional de sua atividade.

A publicação afirma que uma das prostitutas interrogadas indicou aos investigadores que Strauss-Kahn interveio para que ela obtivesse um visto, o que pode relacioná-lo diretamente com a organização.

As festas, que ocorreram em Paris, Lille, Bruxelas e Washington, sede do FMI, eram organizadas e pagas por dois empresários do norte da França, que custeavam as despesas com recursos de suas sociedades.

Os investigadores também tentam determinar se Strauss-Kahn sabia que eram eles que pagavam, o que pode relacioná-lo com um delito de desvio de fundos.

Strauss-Kahn também nega esta acusação, da mesma forma que os organizadores das festas.

"Quando te convidam para uma festa, você não pede a fatura para verificar se é o seu amigo ou a empresa que pagou", rebateu Strauss-Kahn em sua biografia.

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