Agricultores de municípios onde já foram registrados casos de cochonilha do carmin, que ataca a plantação de palma forrageira, estão recebendo variedades resistentes à praga. A ação é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), por meio da Diretoria de Pesquisa e Desenvolvimento Rural (Dipap).
De acordo com o coordenador do trabalho, o pesquisador Fernando Gomes, três variedades de palma resistente são cultivadas na Estação Experimental de Pesquisa, em Santana do Ipanema, em um projeto que tem o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep/MCT), Embrapa e Banco do Nordeste (BNB).
As variedades são palma Alagoas, Miúda e Mexicana, que já foram distribuídas a produtores de Ouro Branco, Maravilha, Inhapi, Canapi, Poço das Trincheiras e Mata Grande. “Os locais onde já houve focos da cochonilha são identificados pela Agência de Defesa Agropecuária (Adeal), que comunica à Dipap e nós cedemos as raquetes de palma. Elas também são levadas para municípios que estão em áreas de risco como forma de prevenção”, comentou o pesquisador Fernando Gomes.
Segundo ele, algumas variedades de palma forrageira possuem uma resistência natural à cochonilha, assim, podem ser usadas no lugar de outras que costumam ser atacadas. "Orientamos o agricultor a usar a palma que ele já tem, que pode ser servida ao gado, e, na área, ele desenvolve um plantio com essas novas variedades, que são adaptadas ao clima e ao solo do semiárido. A partir disso, ele mesmo vai multiplicando e fazendo a difusão”, explicou o pesquisador da Seagri.
“A Diretoria de Pesquisa da Seagri tem conduzido estudos voltados às necessidades dos produtores da região e, dessa forma, buscado parcerias. Outro motivo do trabalho com a palma é pela sua importância para os produtores de leite do Sertão, que, podendo alimentar o gado, produzem mais e melhor e conseguem gerar renda no campo”, destacou o engenheiro agrônomo e diretor de Pesquisa da Seagri, Teodorico Araújo.
Indicadores mostram que há cerca de três mil produtores de leite na região conhecida como Bacia Leiteira e Médio Sertão, gerando 25 mil empregos diretos e influenciando a vida de 300 mil habitantes. “Todo esse complexo localiza-se numa região de grande escassez de chuvas, tendo na palma seu principal sustentáculo forrageiro, devido à sua adaptabilidade às condições do semiárido”, destacou o diretor.