A disputa pela marca iPad na China se acirrou na segunda-feira depois que um tribunal local decidiu proibir as vendas do tablet da Apple no país. Segundo Xie Xianghui, advogado da chinesa Proview, que processou a Apple alegando ser a verdadeira dona da marca iPad, uma corte em Huizhou, em Guandong, no Sul da China, decidiu que os distribuidores do tablet deveriam parar de comercializá-lo em território chinês.

A Apple, num comunicado, avisou que o caso ainda está pendente em outras cidades da China (a Proview entrou com ações legais em 40 cidades, além de solicitar às autoridades comerciais de cada uma delas o fim da venda do iPad) e que entrou com uma apelação num tribunal superior de Guandong para tentar reverter a sentença em favor da Proview. A empresa de Tim Cook insiste que tem os direitos da marca iPad no país.

— Adquirimos os direitos mundiais da Proview sobre a marca iPad em dez países, há muitos anos — afirmou Carolyn Wu, porta-voz da Apple na China. — A Proview se recusa a honrar o acordo que fez conosco, e um tribunal em Hong Kong já decidiu em favor da Apple nesse assunto.

O escritório de advocacia King & Wood, que representa a Apple no caso, enviou uma carta ao diretor-executivo da Proview, Rowell Yang, acusando a empresa de violar “princípios de boa-fé e negociações justas” e de fazer falsas declarações. A Proview diz que a Apple agiu desonestamente ao comprar seus direitos sobre a marca iPad. A empresa chinesa teria exigido US$ 10 milhões pela marca. A Apple, por seu lado, sustenta que comprou os direitos da marca iPad de uma afiliada da Proview em Taiwan pelo equivalente a US$ 55 mil.

Até agora, iPads foram retirados das prateleiras de lojas em algumas cidades chinesas, mas não há sinal de providências semelhantes em nível nacional, de acordo com a Associated Press.

A disputa pode criar uma janela de oportunidade para rivais da Apple como a Lenovo e a Samsung, que concorrem com a empresa americana no mercado de tablets na China. Entretanto, o iPad detém 76% do mercado local de tablets.

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