Valor da hospedagem no Brasil sobe mais do que o dobro da inflação

18/02/2012 08:18 - Brasil/Mundo
Por Redação

Hotéis mais cheios, diárias mais altas. No ano passado, o valor da hospedagem no Brasil subiu mais do que o dobro da inflação. Mas, em São Paulo, dependendo do dia, dá para conseguir até desconto, como mostra a repórter Neide Duarte.

Sexta-feira é dia de arrumar as malas, sair do hotel e ir embora de São Paulo. “Só passei para trocar de roupa, faço a reunião e tento voltar para Porto Alegre a tempo do carnaval”, conta o engenheiro Ronaldo Aloise.

Nos finais de semana, a ocupação nos hotéis de São Paulo é tão baixa que os preços costumam cair pela metade. Um apartamento que custa pouco mais de R$ 1 mil por dia - de segunda a quinta-feira -, sextas e sábados e domingos, o preço dele cai pela metade, para R$ 520 por dia.

Os donos de hotéis não estão muito preocupados com a ociosidade dos finais de semana. A procura nos outros dias equilibra a situação. Nada parecido com 2003, quando a ocupação dos hotéis de São Paulo estava em 39%, quase a mesma de Bagdá, em guerra.

Os hoteleiros dizem que pelo menos durante seis anos não puderam reajustar as tarifas. Só em 2010 a situação começou a mudar e, em 2011, a capital paulista fechou o ano com uma ocupação de 69%, o que levou a um ajuste nos preços de até 20%. No Brasil, o aumento em média foi de 16%.

“Com o crescimento do Brasil geral e da economia, a gente começou a ter um fluxo de hóspedes estrangeiros que possibilitou a gente ter uma taxa de ocupação saudável e conseguir um crescimento de diária média”, explica João Paulo de Andrade, superintendente de rede hoteleira.

Hoje, menos de 1% das viagens de turismo feitas no mundo tem como destino o Brasil, mas a expectativa é de muita mudança com os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo.

“Nós não estamos, como hotelaria, preocupados exatamente com o período dos eventos. Nós vamos atender muito bem, temos plena capacidade para atender. O importante é o legado desses eventos: que o turista internacional, aquele que gasta, que traz moeda forte, procure o Brasil na sua próxima viagem”, avalia Júlio Serson, do Fórum de operadores hoteleiros do Brasil.

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