Flamengo e Botafogo não saem do zero no primeiro clássico

06/02/2012 05:49 - Futebol
Por Redação
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Nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno - para os dois lados. No primeiro clássico carioca do ano, Botafogo e Flamengo empataram por 0 a 0 neste domingo, no Engenhão, e deram um ar de continuidade a seus episódios mais recentes. O Alvinegro segue sem vencer, agora há três jogos. O Rubro-Negro continua no limbo do meio-termo entre a saída de Vanderlei Luxemburgo e a chegada de Joel Santana. E ambos deixam a zona de classificação do Grupo A do estadual, que agora é ocupada por Nova Iguaçu e Resende.

Para o Botafogo, o alento foi a boa atuação no primeiro tempo, sob o comando de Andrezinho. Para o Flamengo, a ressalva é a vida nova que se inicia nesta segunda-feira, com a chegada do novo treinador. A partida teve três bolas no travessão (duas para o Bota e uma para o Fla) e lances polêmicos - um pênalti reclamado pelos alvinegros e uma expulsão pedida pelos rubro-negros. O duelo teve 8.863 pagantes, que geraram renda de R$ 264.555.

Com o resultado, as duas equipes foram a seis pontos no Grupo A do Campeonato Carioca, com o Flamengo em terceiro e o Botafogo em quarto. A zona de classificação é integrada por Nova Iguaçu, com oito, e Resende, com seis. Na quarta-feira, o Botafogo recebe o Olaria no Engenhão. Um dia depois, no mesmo local, o Flamengo pega o Madureira.

Camisa 10. Cabelos compridos. História ligada ao futebol gaúcho. Nome no diminutivo. Ronaldinho?

Coisa nenhuma. Foi Andrezinho quem resolveu centralizar o jogo em suas chuteiras no primeiro tempo. A superioridade do Botafogo na metade inicial da partida foi quase um sinônimo do comando que o meio-campista apresentou no Engenhão. Faltou o gol, por causa daqueles centímetros que definem o conceito de quase no futebol. E duas vezes...

O Alvinegro não fez cerimônia para demonstrar que mandaria na primeira fatia do jogo. Com um minuto, já arregalou os olhos rubro-negros. Maicosuel, pendendo pela direita, acionou Andrezinho, que bateu de imediato, colocado, consciente. A bola viajou até o travessão de Felipe. Foi o primeiro quase.

O Botafogo seguiu melhor - às vezes com maior, às vezes com menor intensidade. Arriscou com Marcelo Mattos, tentou novamente com Andrezinho. Sempre incomodou. O Flamengo, com Ronaldinho sumido, com Deivid mergulhado em solidão, demorou a reagir. Quando conseguiu, Jefferson salvou. Foi em cruzamento de Junior Cesar, complementado por cabeceio de Bottinelli. O goleiro viajou no espaço para espalmar aquele que seria o gol rubro-negro. E que não foi.

O lance não abalou o Botafogo. Os alvinegros seguiram mais sólidos na defesa, mantiveram a naturalidade na troca de passes. E lamentaram um pênalti não marcado. Antônio Carlos, se aventurando no ataque, foi tocado por Willians dentro da área. Foi ao chão, gritando por infração. Acabou levando amarelo, sob argumento de simulação.

Os botafoguenses viam a esperança crescer. E tiveram uma overdose de otimismo quando Andrezinho se posicionou para cobrar falta da entrada da área. Ele sabe como bater na bola dali. E partiu na direção dela. E colocou o pé nela. E ficou observando o deslocamento dela por cima da barreira, fora do alcance de Felipe, na direção... do travessão! Foi o segundo quase.

Andrezinho teria outra oportunidade, desta vez dentro da área, pela esquerda, em chute colocado. Felipe defendeu.

Antes de terminar o primeiro tempo, o Flamengo pediu cartão vermelho para Marcelo Mattos. Junior Cesar partia para o ataque quando foi acossado pelo volante e por Maicosuel. A falta do camisa 5 foi mais incisiva, e ele já tinha amarelo. Mas foi o meia quem recebeu a advertência.

O travessão não torce para ninguém

Sabe aquele travessão dos dois quases do primeiro tempo? Pois passa-se aos seis minutos do segundo tempo. Cruzamento da direita. Corte de Marcelo Mattos. E chute de Renato, de primeira, sem piscar. Mais do que chute: patada. Mais do que patada: tiro. E lá foi a bola beijar pela terceira vez o travessão, seu velho conhecido. Desta vez, os lamentos foram rubro-negros.

O Flamengo voltou para o segundo tempo mais capaz de equilibrar o jogo do que no período anterior. Antes de tatuar a bola no travessão de Jefferson, Renato já havia chutado mal, fraco, para fora. Mas a ida ao vestiário não fez o Botafogo perder sua ânsia ofensiva. Sabe-se lá como não saiu o gol alvinegro quando Elkeson cabeceou, Felipe salvou, e Loco Abreu, livre, a centímetros da linha final, mandou para fora.

O jogo ficou aberto. Bottinelli perdeu para o Flamengo ao chutar colocado, de dentro da área, nas mãos de de Jefferson. Loco Abreu retribuiu ao cabecear rente à trave. Lucas Zen e Herrera entraram de um lado, e Muralha e Negueba foram as opções de outro.

A vida flamenguista se complicou na parte final do jogo. Culpa de Willians, expulso primeiro por fazer falta, depois por ironizar, com aplausos, a decisão do árbitro. O Botafogo voltou a crescer. Fábio Ferreira cabeceou com perigo. Márcio Azevedo mandou pancada em diagonal - espalmada por Felipe, que depois faria milagre em mais um cabeceio de Loco.

O tempo passou, e o empate se manteve. Não era um clássico de gols. Era clássico de travessão. E o travessão não tem time.

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