Defesa Civil vistoria prédios no entorno do desabamento no Rio
A Defesa Civil do Rio iniciou por volta das 11h20 a vistoria dos prédios vizinhos aos edifícios que desabaram no centro da cidade, para verificar se eles podem ser liberados. Os edifícios estão interditados desde quinta-feira (26).
A vistoria da Defesa Civil começou pelo edifício Capital, que fica na esquina da avenida Almirante Barroso com a avenida Treze de Maio, via onde os prédios caíram.
De acordo com os bombeiros, os prédios no entorno não haviam sido comprometidos, mas foram evacuados por precaução.
SUBSOLO
A Defesa Civil afirmou que não tinha conhecimento da existência de um subsolo no edifício Liberdade, que tinha 18 andares e foi um dos que caíram.
Mais cedo, o comandante do Corpo de Bombeiros do Rio e secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões, afirmou que os bombeiros também não sabiam que o prédio tinha subsolo. Disse ainda que o andar seguia a mesma planta de toda a edificação.
SUSPEITAS
O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), afirmou nesta quinta-feira (26) que os indícios apontam que é improvável que o desabamento dos três prédios tenha sido causado por uma explosão. A principal hipótese aponta para um problema na estrutura de um dos prédios.
O ajudante de obras Alexandre Fonseca, 31, que sobreviveu ao desabamento ao se abrigar dentro do elevador, afirmou, porém, que não mexeu em pilares, vigas e lajes, que poderiam comprometer a estrutura do local.
Segundo o Crea, não havia qualquer registro da obra que estava sendo realizada em dois andares do edifício Liberdade. A prefeitura afirma que os imóveis estavam em situação regular.
Sérgio Alves, sócio-diretor da empresa TO - Tecnologia Organizacional, afirmou em entrevista nesta sexta-feira que as obras realizadas no 3º e 9º andar do edifício Liberdade, que desabou quarta-feira (25), não tinha irregularidades.
De acordo com Alves, as intervenções retiraram apenas paredes de tijolos, o que, segundo ele, não altera a estrutura do prédio.
Além da possível quebra de uma parede interna em obras no interior do edifício Liberdade, especialistas consultados pela reportagem levantaram ontem outras hipóteses para explicar a queda dos três prédios no centro histórico do Rio, na quarta.
Para o engenheiro Clovis Ferreira Junior --que conhecia bem o prédio porque sua empresa, a Norenge Engenharia, funcionou até 2008 no 4º andar--, é preciso investigar também se não foram feitos buracos nos pisos para permitir acesso de um andar para o outro, já que algumas empresas --caso da Tecnologia Organizacional-- ocupavam mais de um andar.
DESABAMENTO
O número de mortos no desabamento chega a 17. Ainda há ao menos cinco desaparecidos e os bombeiros continuam as buscas no local.
Os três prédios localizados ao lado do Theatro Municipal desabaram por volta das 20h30. Os edifícios tinham 18 (Liberdade), 10 (Colombo) e 4 andares. O teatro não foi atingido, mas seu anexo, onde funciona a bilheteria, sofreu danos por causa dos escombros.
Devido ao trabalhos no local do desabamento, a avenida 13 de Maio --onde ocorreram os desabamentos-- permanece interditada. A avenida Almirante Barroso também foi bloqueada entre a rua Senador Dantas e a avenida Rio Branco. Já Senador Dantas funciona com mão invertida entre a Almirante Barroso e a rua Evaristo da Veiga.
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