Mulher denuncia tentativa de abuso sexual em hospital psiquiátrico em MT

24/01/2012 20:35 - Brasil/Mundo
Por Redação

Uma ex-paciente do Hospital Adauto Botelho em Cuiabá, que cuida de doentes mentais e dependentes químicos, denunciou uma tentativa de abuso sexual enquanto estava internada no local. Além dessa denúncia, a falta de estrutura e atendimento precário foram apontados após uma vistoria do Conselho Regional de Medicina (CRM). A Secretaria Estadual de Saúde, reconheceu que há falhas de estrutura e atendimento no hospital e afirmou que aguarda o resultado de uma pesquisa para avaliar mudanças no local.

Em entrevista à TV Centro América, a mulher contou que foi abusada. ''Fui violentada. Eu fui molestada por um vigilante de uma empresa que presta serviço pro hospital. Eu acordei na hora que ele estava com os órgãos genitais já expostos. A minha sorte foi que eu estava com roupas íntimas'', detalhou.

A denúncia de crime sexual foi feita há quatro meses na Polícia Civil. Porém, a direção da unidade disse que não tem conhecimento da denúncia feita pela paciente. O diretor do hospital, João Santana Botelho, alega que a direção é muito criteriosa no acompanhamento dos pacientes e que acha pouco provável que o abuso tenha ocorrido dentro do hospital.

A vítima conta as condições oferecidas pela unidade psicosocial. Segundo ela, o local onde as pessoas dormem é precário e falta colchão. ''Um hospital que dizem que é pra ser de tratamento e recuperação. mas infelizmente por acontecer tanta sujeira lá dentro, você acaba saindo transtornado de lá'', finalizou.

Vistoria
O Conselho Regional de Medicina (CRM) vistoriou as duas unidades do Centro Integrado de Assistência Psico Social (Caps) Adauto Botelho. Foram feitas imagens e fotos que mostram pacientes dormindo no chão, além da situação precária das camas.

Ainda na denúncia, o conselho relata que doentes mentais são tratados juntos com dependentes químicos. ''Há falta da estrutura física, material, medicação. Também existe a falta de profissionais, tanto na área de enfermagem, como na área médica da equipe de atendimento ao hospital. Falta tudo'', disse a presidente do conselho, Dalva Alves das Neves.

De acordo com o conselho, o Governo já tinha sido alertado sobre a situação na unidade. Agora, as denúncia devem ser encaminhadas para o MPE. ''Estamos mandando isto pro governo há muito tempo e nada foi feito. A gente fica com a sensação de impunidade total'', completou Dalva.

Outro lado
O secretario estadual de saúde. Pedro Henry, afirmou que reconhece a precariedade do atendimento. Segundo ele, foi pedido um estudo a um psiquiatra de São Paulo e apenas depois do resultado é que o estado vai definir o que será feito na unidade. ''Nós precisamos mudar a forma de enfoque. Não existe mais isso que tá acontecendo aqui em todo país. Então eu espero que até o final de janeiro a gente receba esse estudo e possa discutir isso com a sociedade'', assegurou.
 

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